Um dos ícones da literatura e jornalismo norte-americano, Joan Didion morreu nesta quinta-feira (23/12), vítima de complicações do mal de Parkinson, aos 87 anos. A autora é considerada uma das pessoas que mudaram a forma como se entende o texto jornalístico nos Estados Unidos, além de ter grandes obras que tocam no tema do luto.
A escritora se tornou ícone pelo trabalho desempenhado nos anos 1960 e 1970, quando em uma série de ensaios examinou a cultura norte-americana da época. O surgimento dos shoppings, a família Manson, a fundação do movimento dos Panteras Negras e os costumes da população do país principalmente de Los ANgeles foram destrinchadas por Didion em textos jornalísticos. O resultado dessa pesquisa cuminou em O álbum branco, uma das principais obras da carreira dela.
O segundo momento de pico da trajetória da autora foi devido a tragédias pessoais que ela viveu. Em 2005, Joan perdeu o marido e escritor, John Gregory Dunne, em decorrência de um infarto. O processo do luto pela perda do cônjuge foi escrito no livro O ano do pensamento mágico. Contudo, ainda durante o caminho para escrever a obra, Didion perdeu a filha, Quintana, vítima de uma pancreatite. A forma como lidou com a morte da filha foi relatada em Noites azuis.
Os dois livros marcaram a história da literatura por mostrarem uma forma diferente de lidar com a dor da perda, a saudade dos entes queridos e o processo de luto. Atualmente, Ano do pensamento mágico ainda é um dos livros mais indicados para pessoas que estão lidando com o luto da morte recente de pessoas amadas.
Em 2017, Joan teve a vida contada em um documentário, dirigido pelo sobrinho Griffin Dunne. Ela falou sobre os processos da vida e a forma como aprendeu a lidar com as próprias perdas, na época com 83 anos.
Este ano, a autora chegou ser cotada para vencer o Prêmio Nobel da literatura, porém o escolhido foi o escritor Abdulrazak Gurnah