Fábula urbana é fruto de um encontro inusitado que virou história infantojuvenil há sete anos e agora ganhou reedição em volume dedicado aos jovens leitores. O a nova edição do livro com texto de José Rezende Jr e ilustrações de Rogério Coelho será lançado no sábado (11/12), às 16h, no Sebinho, e é tema de live nesta quinta-feira (9/12), às 19h30, no YouTube.
A história de Fábula urbana nasceu de uma situação vivida pelo autor há mais de duas décadas. Rezende contemplava a vitrine de uma livraria no Conjunto Nacional quando um menino muito pobre pediu a ele que comprasse um livro. “Minha reação foi de surpresa, mas fiquei feliz. Entramos, fomos para a estante dos livros infantojuvenis, ele pediu minha ajuda para escolher, eu paguei e ele foi embora feliz da vida e eu também fui embora feliz da vida”, conta. Anos depois, quando mantinha um blog de contos, o autor lembrou do encontro e o transformou em narrativa de ficção.
Foi a editora Renata Nakano, da Edições Janeiro, quem propôs a Rezende que levasse o texto para uma história infantojuvenil. O material ganhou então as ilustrações do paranaense Rogério Coelho, ganhador do Prêmio Jabuti, e foi publicado em 2014 sem alterações no texto. Esgotado desde então, só podia ser encontrado em sebos. Agora, ele está de volta às livrarias pela editora Gato Leitor. “É uma fábula, uma história sobre o papel do livro, da leitura, sobre a desigualdade social. Foi escrita há muitos anos, publicada pela primeira vez há sete anos, mas, infelizmente, continua muito atual”,lamenta o autor. “As estatísticas mostram que temos quase 20 milhões de pessoas no país passando fome. É uma história que fica atual. Eu gostaria que não, que fosse datada.”
Jornalista e autor de três livros de contos, sendo um deles Eu perguntei pro velho se ele queria morrer e outras histórias, ganhador do Jabuti de Melhor livro de contos de 2010, Rezende conta que tem outros livros para jovens, mas nunca chegou a publicá-los. Em Fábula urbana, a história partiu de uma situação real, mas foi transformada em ficção que reflete sobre a desigualdade e as possibilidades da leitura.