música

Lagum fala sobre o processo do novo álbum e o impacto da morte de Tio Wilson

O vocalista Pedro Calais conta as histórias que permeiam o disco ‘Memórias [de onde nunca fui]’ em entrevista ao Correio

Isabela Berrogain*
postado em 29/12/2021 06:00
A banda Lagum evoca o que não aconteceu -  (crédito:  Lett Sousa/Divulgação)
A banda Lagum evoca o que não aconteceu - (crédito: Lett Sousa/Divulgação)

Com um traço de positividade em meio a tempos difíceis, a banda mineira Lagum lança o trabalho Memórias [de onde eu nunca fui], terceiro álbum de estúdio do grupo. Formado por Pedro Calais, Zani, Jorge e Francisco Jardim, o conjunto musical relembra memórias e desejos do que não foi vivido nos últimos tempos, principalmente devido à pandemia da covid-19. O primeiro single do projeto, Ninguém me ensinou, foi lançado ainda em 2020, em homenagem a Tio Wilson, baterista da banda que morreu no mês de setembro.

Segundo o vocalista Pedro Calais, Memórias [de onde eu nunca fui] foi o trabalho da banda que mais demorou para sair. "Espero que os próximos não sejam assim", torce o cantor. Apesar de a criação do disco ter começado em 2019, as novas músicas soam mais atuais que nunca. Eu e minhas paranoias, single que fala sobre temas como culpa e auto sabotagem, reflete sentimentos comuns trazidos à tona pelo isolamento social. "Eu acho que sempre vivi num estado pandêmico na minha cabeça, mesmo antes da pandemia", brinca Calais. "Essas músicas trazem questões e reflexões mais densas, e na pandemia tudo isso se aflorou muito, fazendo que as pessoas se identificassem com o que está sendo falado", explica.

Em 2020, aproximadamente um ano após o início da criação do trabalho, o disco sofreu grandes transformações com a morte de Tio Wilson. O baterista morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, logo após uma apresentação drive-in da banda em Belo Horizonte. "O álbum tinha uma proposta anterior, que se transformou com a partida do Tio. A gente tinha uma proposta estética e conceitual que a gente viu que não fazia mais sentido quando a nossa vida pessoal mudou", aponta o vocalista. "A gente fez questão de deixar esse álbum e essas memórias honrando o Tio. Tudo que está no disco foi produzido com ele", afirma Calais.

No trabalho, os mineiros dividem o holofote com grandes nomes do cenário musical nacional, como L7NNON, Mart'nália e Emicida. "Quando parei para ver as parcerias que estavam no álbum, eu pensei: 'Nossa que honra, que sorte'", relembra Jorge, guitarrista do grupo. "A partir do momento em que temos essas oportunidades, que conseguimos colaborar com esses nomes que vão um pouco fora da curva e que jogam nossa música para outro patamar, são oportunidades muito legais que, com certeza, a gente se amarra muito de poder fazer", compartilha o guitarrista.

"Eu acho que, cada vez mais, as pessoas têm mais certeza de que o Brasil é um lugar de grandes bandas, bandas clássicas que ficam para a história. O nosso intuito é ser uma dessas bandas. A gente não quer ser uma coisa passageira, a gente quer ser atemporal", finaliza Calais.

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco.

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