Uma das franquias mais amadas dos fãs de ficção científica, Matrix está de volta aos cinemas após um hiato de quase 20 anos. O novo longa, intitulado Matrix Resurrections, é o quarto da franquia, e é uma das maiores estreias de 2021 nas telonas.
O filme marca o retorno de Keanu Reeves no icônico papel de Thomas Anderson, homem também conhecido como Neo. O personagem passa por uma crise existencial após todo o tempo desde o último longa da franquia, acreditando que tudo que viveu nos três outros filmes da saga são apenas criação da própria cabeça. Porém a interação com fantasmas do passado o faz voltar a questionar o que é realidade e o que é apenas parte de uma simulação.
Matrix chegou em 1999, já fazendo história e se tornando um dos filmes mais influentes da virada do século 20 para o século 21. O longa trouxe um roteiro que mudou o jogo, misturando ação e efeitos especiais com uma poderosa mensagem de como a sociedade lida com as próprias questões. Contudo, a franquia, que teve ainda mais dois filmes lançados em 2003, foi além do cinema, alterou a moda, com o visual futurístico, e a tecnologia, com novos artifícios de câmera e efeitos visuais práticos e de computação gráfica.
Matrix Resurrections chega para proteger esse legado, mas também para reviver os queridos personagens para uma nova geração, que só teve contato com os filmes por meio de DVDs ou streaming. Neo e Trinity precisarão convencer muitos novos espectadores a tomarem a pílula vermelha para descobrirem a verdade.
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Crítica // Matrix Resurrections
Matrix é Matrix, e ponto
O que esperar de um filme que não tinha necessidade de ser produzido? A princípio as expectativas são sempre baixas, porém quando se trata de uma franquia do tamanho de Matrix, sempre há a vontade dos fãs de que seja lançado um novo filme grandioso, que mude o jogo, assim como foi o primeiro em 1999.
Quando o Matrix Resurrections foi anunciado, as reações do público foram contrastantes. Para muitos, não era necessário, para outros era a chance da saga de resolver os furos deixados no caminho por Matrix Reloaded e Revolutions, os dois últimos filmes que haviam sido lançados em 2003. Contudo, o filme era uma grande incógnita, porque iria, literalmente (e no título), ressuscitar uma série de longas que estava parada há quase 20 anos.
O filme realmente faz o que se propõe, ele entrega uma nova história, com a trama estruturada e com motivações, mesmo que, por vezes, um tanto forçadas, para o retorno de atores do porte Keanu Reeves, Carrie-Anne Moss e Jada Pinkett Smith.
Porém é na ressurreição que o filme acerta mais. O quarto Matrix é uma grande homenagem a todos os filmes da franquia que o precederam, chegando a reutilizar e regravar cenas de seus antecessores. Ele pode até não agradar o fã com a nova trama, que por vez parece desnecessária, mas, com certeza, toca o coração de cada um que acompanhou toda a franquia, tanto no visual, quanto em um discurso, majoritariamente sobre binarismo na sociedade atual, que só uma diretora e roteirista como Lana Wachowski consegue escrever.
O longa é metalinguístico, o público vive uma experiência como se fizesse parte da história, ou melhor, da Matrix. Lana Wachowski faz uma grande celebração da saga que criou, com todos os elementos que conquistaram os fãs lá em 1999, mas ainda assim com uma história para contar e várias correções na trajetória da trilogia que veio anteriormente. A produção reacende não só o romance de Neo e Trinity, mas o amor do público por Matrix.
Matrix Resurrections pode até não ser necessário para dar continuidade à história. Entretanto, ele está entre nós com toda a capacidade de deleitar o público com visual único, cenas de ação inconfundíveis e uma história de ficção científica como um cavalo de troia para questionamentos mais profundos de como a sociedade funciona. Era preciso uma nova produção? Não. Porém Matrix é Matrix, e o longa entrega toda a magnitude que a franquia marcou no imaginário do público.
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