Músico formado no Clube do Choro, contemporâneo de Hamilton de Holanda, Fernando César, André Vasconcellos e Daniel Santiago, o gaitista Gabriel Grossi enveredou pela seara do jazz influenciado, de certo modo, por duas das suas principais referências, o carioca Maurício Einhorn e o belga Toots Thielmans, aos quais tomou como mestres. Sem se impor limites, atualmente ele transita com familiaridade por gêneros musicais diversos, enquanto intérprete e compositor.
Em maio último, Grossi lançou Re disc cover, álbum com versões instrumentais de clássicos do pop rock internacional, de nomes icônicos como Stevie Wonder, Bob Marley, Michael Jackson, Beatles e Nirvana. Agora, começa a navegar por outras ondas, ao anunciar a criação de outro projeto, intitulado Plural. O ponto de partida desse novo álbum é o single que traz Nosso amor vadio, um samba autoral, que acaba de chegar às plataformas digitais. Para dividir a interpretação, convidou a cantora Zélia Duncan — outra artista que iniciou a carreira em Brasília.
Em Plural, o instrumentista mostra várias facetas de sua arte — as de compositor, letrista, arranjador e produtor. Neste trabalho, que tem lançamento para abril de 2022, contará com a participação de alguns convidados. "Ter a Zélia Duncan no primeiro single, como parceira e intérprete de Nosso amor vadio, faz todo sentido com a ideia que envolve o álbum. Ela é uma pessoa iluminada, que tem na sua entrega como artista a paixão e a pluralidade como características mais fortes", destaca Grossi.
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Videoclipe
Na gravação de Nosso amor vadio, os dois foram acompanhados por Marcelinho Moreira e Rodrigo de Jesus (percussão), Rafael dos Anjos (violão de 6 cordas) e Rogério Caetano (violão 7 cordas), com quem o gaitista dividiu a produção. O samba ganhou clipe, gravado na Cascata do Chuvisqueiro de Cachoeira, em Riozinho, na região metropolitana de Porto Alegre, com coreografia protagonizada por Aline Centeno e Cleusa Centeno. "O clipe versa sobre o efeito do tempo em um amor que se recusa a esvanecer", explica o autor.
Gabriel Grossi coleciona parcerias em gravações e shows com gigantes da música popular brasileira, como Chico Buarque, Milton Nascimento, Ivan Lins, Djavan, Beth Carvalho, João Donato, Paulo Moura e Dominguinhos; e da música internacional, entre eles Winton Marsalis e Jacob Collier. Em Plural, ele terá como convidados Hermeto Pascoal, Lenine, Ed Motta, Leila Pinheiro, Yamandu Costa, Omar Sosa e Samus Blake. O músico brasiliense vê o novo álbum como um exercício de afirmação da carreira, que contabiliza mais de 20 anos. Para ele, a beleza da música está na diversidade cultural brasileira, na pluralidade sem fronteiras, conectando com o sentimento e a linguagem universal.
Entrevista// Gabriel Grossi
Neste ano, você lançou o álbum Re Disc Cover com releituras de gigantes do pop rock como Beatles, Nirvana, Stevie Wonder e Michael Jackson. Como avaliou a repercussão?
A repercussão foi incrível. As melhores críticas possíveis e, já na semana que vem, faremos o primeiro show desse projeto em Porto Alegre.
Agora, chegou às plataformas digitais o primeiro single de um novo projeto, o samba Nosso amor vadio, de sua autoria. É uma busca da diversidade musical?
Nosso amor vadio é o primeiro single que antecede o lançamento do álbum Plural que vou lançar em abril do ano que vem. É uma parceria com a Zélia Duncan. Sou um artista eclético por natureza. Adoro passear por vários estilos e acredito que existe música boa e ruim em todas as vertentes. Minha busca é pela qualidade. O samba é um ritmo completamente natural pra mim. O Rio é a terra do samba, me sinto em casa nesse ambiente.
Por que convidou Zélia Duncan,uma artista pop, para interpretá-lo?
Em 2004, gravamos Eu me transformo em outras, projeto para o qual Zélia me convidou ao lado de Hamilton de Holanda, Marco Pereira, Márcio Bahia e Bia Paes Leme. Nesse álbum, gravamos vários sambas. A Zélia, assim como eu, é uma artista que transita em várias vertentes e domina muito o universo do samba. Cada artista convidado deste álbum foi chamado, na minha concepção, pro melhor e mais confortável ambiente de atuação.
O seu ecletismo tem a ver com o fato de o próximo trabalha chamar-se Plural?
Plural é isso. Um disco com vários caminhos, vertentes, um resumo do muito do que sou hoje.
Já tem outras composições prontas para este novo CD?
O disco está todo pronto e tem surpresas incríveis.
Com a retomada dos shows, já está se movimentando para voltar aos palcos?
Felizmente, já fiz duas tours para a Europa, recentemente, e estou voltando também aos palcos brasileiros. Com a vacinação mais adiantada nosso mercado, finalmente, começa a voltar.
As turnês pelo país e exterior já fazem parte de sua trajetória artística. Qual é a importância das excursões para você?
Elas alimentam a alma. Felizmente, já estão voltando. Estou muito otimista para ano de 2022. Existe uma demanda reprimida por parte dos artistas e do público e a saudade é grande. Vamos celebrar com prudência e com muita vontade de fazer música para alimentar a alma.
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