Cinema

Documentário sobre Leila Diniz abre o Festival de Brasília

Dirigido pela atriz Ana Maria Magalhães, Já que ninguém me tira para dançar reúne entrevistas e gravações que resgatam a participação de Leila Diniz na cultura moderna. Leila foi símbolo de liberdade das mulheres, nos anos mais acirrados da ditadura

O longa inédito Já que ninguém me tira para dançar reúne entrevistas e gravações que resgatam a participação de Leila Diniz (1945-1972) na cultura moderna. Ela foi artista que se posicionou pela liberdade das mulheres durante os anos mais duros da ditadura militar. A obra será exibida na abertura da 54ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, virtualmente, em 7 de dezembro, às 20h, pelo canal InnSaei TV.

Dirigido pela atriz Ana Maria Magalhães, que foi amiga de Leila, a obra é o registro de um período e mostra imagens de filmes, fotos e cenas ficcionais vividos pela atriz, revelando seu modo libertário de ser e agir numa época que inspirou avanços culturais e comportamentais no mundo inteiro. A famosa entrevista de Leila ao Pasquim, em 1969, despertou indignação dos militares e o desprezo das feministas, que achavam-na apenas vulgar.

Ao mesmo tempo que foi porta-voz de uma geração, conquistando vários admiradores, Leila Diniz também despertou hostilidade por parte dos defensores da moral e dos bons costumes, principalmente após posar de biquíni para uma revista, aos oito meses de gravidez. Ela falava sobre tudo, inclusive sobre sua sexualidade. A jovem atriz morreu aos 27 anos, em um acidente de avião na Índia, quando voltava de um festival de cinema na Austrália, onde recebeu o prêmio de melhor atriz.