Estabelecer o contato inicial com a arte. É isso que o sétimo Primeiro Olhar – Festival Internacional de Artes Cênicas para a Primeira Infância busca em Brasília. O evento, que se propõe fazer um introdução artística para crianças de 0 a 5 anos, começa hoje, dura até o dia 5 de dezembro e terá as apresentações de companhias do DF, outros estados brasileiros, além de dois grupos internacionais. Todas no Espaço Renato Russo, na 508 sul.
A programação reúne 18 apresentações de 12 espetáculos de dança, teatro e música e duas exposições voltadas para o público da primeira infância. A maioria será mostrada no Espaço Renato Russo, porém alguns espetáculos exclusivos estarão na Creche Cantinho do Girassol, em Ceilândia. Os grupos que se apresentarão nesta edição são Cia. La Casa Incierta (Brasília/Espanha), Cia. Studio Sereia (Distrito Federal), Grupo Celeiro das Antas (Distrito Federal), Coletivo Criadouros (Distrito Federal), Coletivo Antônia (Distrito Federal), Coletivo Psoas e Psoinhas (Distrito Federal), Grupo Sobrevento (São Paulo), Cia. Teatro Al Vacío (México/Argentina), Amnia Lab Teatro (Chile).
O evento ainda terá espaço para oficinas: uma de criação de brinquedos ministrada pelo artista de São Paulo Gandy Piorksy, e outra de provocações estéticas do Amnia Lab Teatro, do Chile. Além disso, exposição Aldeia Adormecida, do artista do DF Gabriel Guirá, poderá ser vista durante o evento. A programação ainda tem espaço para debates e mesas em um encontro internacional de programadores e artistas, brasileiros e estrangeiros, intitulado Conexão Primeira Infância.
"Em sua sétima edição, o Festival Primeiro Olhar se consolida como o mais importante festival dedicado à primeira infância do Brasil", afirma Clarice Cardell da Cia. La Casa Incierta e idealizadora do festival. Ela conta que o evento, que já teve edições em São Paulo, mantém o objetivo de inserir as crianças mais ativamente no cenário social. "O principal intuito do festival é possibilitar a integração da primeira infância à sociedade, para que as crianças não sejam consideradas como um simples consumidoras de um produto de entretenimento e sim como um sujeito competente e sensível", complementa.
A organizadora comemora o retorno do Primeiro Olhar após o tempo de pandemia. "É emocionante e nunca foi tão necessário. Todos estamos precisando de um espaço de ritual coletivo para compartilharmos juntos experiências estéticas. Nunca ficou tão clara a importância da presença, do encontro com o outro", pontua Clarice. "Temos a alegria de afirmar que o movimento criado pelo Festival Primeiro Olhar no DF, como um grande polo de criação nas artes para a primeira infância tem em comum o compromisso da pesquisa séria e comprometida com o mundo de possibilidades estéticas dos bebês e das crianças em seus primeiros anos", adiciona.
Cardell também ressalta a importância das crianças terem essa primeira experiência. "Consideramos que esse encontro é fundador. E esse primeiro olhar sempre deixa marcas estruturantes", avalia a idealizadora do evento.