Cultura

Instituto Anelo lança projeto musical para o Dia da Consciência Negra

O Instituto Anelo lança regravação em áudio e vídeo de 'Tributo a Martin Luther King', de Wilson Simonal, totalmente produzido por pessoas negras.

Em celebração ao Dia da Consciência Negra, o Instituto Anelo lançará neste sábado (20/11) a regravação em áudio e vídeo de Tributo a Martin Luther King, de Wilson Simonal, através dos canais da ONG nas redes sociais. Todos os 21 envolvidos no projeto são profissionais negros, reforçando a importância da representatividade negra. Foram convidados para a regravação professores, colaboradores, equipe técnica e um convidado especial: o percussionista Fernando Saci, músico profissional nascido e criado na periferia de Campinas, atualmente vive e trabalha em Nova York, nos Estados Unidos.


Josimar Prince é responsável pelo arranjo e pela direção musical, já a concepção do vídeo, de Levi Macedo Lima, ambos professores do Instituto Anelo. O áudio foi gravado no estúdio TS7 Produções, com exceção da participação de Fernando Saci, que foi gravada nos EUA. O vídeo tem como cenário a sede do Instituto Anelo, no Jardim Florence I.


O Instituto Anelo se trata de uma associação sem fins lucrativos que oferece aulas gratuitas de música no distrito do Campo Grande, em Campinas (SP), atuando há 21 anos. Atualmente, o Anelorealiza quatro projetos: Brincando com os Sons, Instrumentos e Canto, Pratica de Banda e o projeto Sanfonica. O Instituto tambem possui a Orquestra Anelo. Ao todo, mais de 5000 alunos já foram atendidos pela organização.


Tributo a Martin Luther King


Tributo a Martin Luther King é uma composição de Wilson Simonal, feita em parceria com Ronaldo Bôscoli. Foi originalmente gravada por Simonal em fevereiro de 1967, mas lançada apenas em junho do mesmo ano pela gravadora Odeon. A demora aconteceu porque a gravação ficou censurada por quatro meses pelo governo federal.

Em março de 1967, ao ser convidado para se apresentar na festa de entrega do Troféu Roquete Pinto, Simonal surpreendeu ao cantar Tributo a Martin Luther King, mesmo sem a liberação da censura. Em seu discurso, antes do número musical, ele disse: “Essa música, eu peço permissão a vocês, porque eu dediquei ao meu filho, esperando que no futuro ele não encontre nunca aqueles problemas que eu encontrei, e tenho às vezes encontrado, apesar de me chamar Wilson Simonal de Castro”. Essa fala entrou para a história da música brasileira.  A maioria dos professores da instituição, assim como dos integrantes da Orquestra Anelo, é formada por negros e negras.