Cinco anos já se passaram desde o fiasco da última versão de Caça-Fantasmas, estrelada por um elenco predominantemente feminino e muito criticado por isso. Agora, com a chegada de Ghostbusters: Mais além, há muitas heranças de talento em jogo, dentro e fora da tela. Filho de Ivan Reitman — o cérebro para a franquia —, Jason assume a direção do longa que ele escreveu ao lado de Gil Kenan.
Dessa vez, tudo começa com um experimento num milharal da pequena cidade de Summerville, que causa o desprendimento de gases tóxicos. Com o incidente, o cientista Egon abrirá caminho para a entrada em cena da filha dele, Callie (Carrie Coon) e dos seus netos Phoebe (Mckenna Grace) e Trevor (Finn Wolfhard).
Na pacata cidade do pai, Callie vê as condições ideais para criação dos filhos, mas é frustrada por dilemas financeiros. Contrariados com a mudança de casa, Phoebe e Trevor têm um novo ânimo com a chegada do falante Podcast (Logan Kim). Juntos, eles passam a perceber eventos sobrenaturais e investigá-los. Uma maldição associada à mineradora desativada há décadas indica parte dos mistérios a serem desbaratados pela família Spengler.
O filme não peca pelo saudosismo, mesmo com diversas referências aos filmes oitentistas e, em particular, ao primeiro da franquia, de 1984. É possível ver o novo grupo de caça-fantasmas assumindo os dispositivos de raios, equipamentos de desintegração de matérias, as armadilhas que eram o temor dos ectoplasmas e, até mesmo, o icônico veículo que fez história no cinema ao transportar a primeira geração de combatente aos espectros do outro mundo. Equipamentos que, na trama, teriam sido desenvolvidos por cientistas dos anos 1980, mas que deixaram o meio acadêmico, por falta de crédito para investimentos na ciência, e empreenderam no ramo da caçada aos fantasmas.
A familiaridade do trio com toda a parafernália é explicada em visualizações do trabalho do predecessores no YouTube. Interessada em química e física, a pequena Phoebe (Mckenna Grace) faz a festa, comandando muito da ação no manejo de engenhocas de alta tecnologia. Na jornada que a aproxima do avô, identificado na cidade pelo nada carinhoso apelido de Planta-Lama, Phoebe ainda terá como mentor Gooberson (Paul Rudd), um amalucado professor que subverte a ordem da escola em que a menina estuda.
Seja no formato de inocentes marshmallows ou reveladas em horripilantes fenômenos, as aparições assustadoras que mobilizaram a equipe de cientistas interpretados por Bill Murray, Dan Aykroyd, Ernie Hudson e Harold Ramis (morto em 2014), retornam para garantir muito entretenimento e fazem a integração entre o passado e o presente do argumento do filme.
Um fator diferenciado no enredo, movido a armadilhas para fantasmas, está no fato de o filme ser produzido pelo pai do diretor, Ivan Reitman, que foi o diretor dos filmes originais, e assina a produção executiva. Além da nova empreitada, Jason Reitman é o responsável por sucessos como Obrigado por fumar e Amor sem escalas.