Sucesso em festivais do mundo inteiro, o longa nacional Skull: a máscara de Anhangá finalmente está disponível para o público brasileiro. O filme, que estreou em 10 países e foi lançado até mesmo em DVD, nos Estados Unidos, aborda a história sobrenatural de um serial killer que aterroriza as ruas de São Paulo. Além da trama de horror, o público nacional se identificará com alguns dos problemas que a produção traz como pano de fundo do enredo fantástico.
Dirigido e roteirizado por Armando Fonseca e Kapel Furman, a produção se vale de elementos mitológicos, conhecidos na América Latina, para explicar os eventos sobrenaturais que se desenrolam. Na história, um artefato místico é encontrado na Amazônia e levado para um museu em São Paulo, o que não se imagina é que, nas mãos erradas, ela pode representar o despertar de um monstro sanguinário. A situação então precisa ser resolvida pela policial Beatriz Obdias, vivida pela atriz Natallia Rodrigues.
Armando pontua que, apesar de toda trajetória internacional, é o público nacional que vai se identificar mais com a história. "São coisas que vemos todos os dias no jornal, tragédias que fazem parte do dia a dia do brasileiro", fala o codiretor, mencionando a forma como a sociedade tem contato com crimes violentos diariamente. "A gente quis colocar o véu de realidade para que fosse mais chocante ainda o sobrenatural", completa.
O longa investe em um subgênero muito específico do terror, denominado slasher ou gore. Esse estilo abusa da violência e o sangue é utilizado como uma característica que faz parte da estética das cenas. Para o diretor, o brasileiro tem se interessado pelo tema "Filmes de slashers ou gore são muito populares fora, mas também no Brasil. Ele acredita que o bom terror também dialoga com o contexto no qual é inserido. "Um filme de vampiro não é só um filme de um monstro que bebe sangue, é mais do que tomar susto e ter medo, mas traçar paralelo com um problema social real da atualidade ou da sociedade", analisa.