Homenagem

Bar que Marília Mendonça frequentava em Goiânia revela 'drink' e pratos favoritos

Donos do bar e restaurante conheciam a cantora desde a época em que ela pedia para dar palhinha em uma boate local

Tarde de domingo. O bar e restaurante Aquarius, no Jardim da Luz, região sul de Goiânia, começa a ficar lotado. O DJ coloca uma música de Marília Mendonça. Do lado esquerdo da entrada do estabelecimento, à direita da pick up, uma mesa de madeira está vazia. Era ali que a cantora gostava de se sentar, acompanhada da mãe, sempre às segundas-feiras ou terça-feiras, quando tirava folga da vida corrida de shows.

O proprietário do Aquarius, Bonifácio Américo Gonçalves de Araújo Melo, 42 anos, contou que o restaurante funciona há 21. "Eu e meu irmão conhecemos a Marília Mendonça em uma boate, chamada Copas Lounge, por volta de 2004, em Aparecida de Goiânia. No início da carreira, ela chegava com o violão e pedia para cantar.

"Sabe aquele pessoal que chega do lado do palco e diz: 'Ou! Deixa eu cantar uma música, por favor?", relatou ao Correio. Ele se lembra como se fosse hoje: o amigo Diogo, vocalista da banda de axé e pagode Marcação Cerrada, às vezes deixava Marília subir ao palco e cantar uma ou duas músicas. "Foi ali que ela começou, pedindo para dar palhinha. Era amiga da gente. Cinco anos depois ela ficou famosa", disse.

Bonifácio explicou que perdeu contato com Marília até a cantora descobrir que o Aquarius pertencia a ele e ao irmão. "Foi então que ela voltou a frequentar. Nos dias de folga ela ficava sempre no cantinho, no anonimato. Mas, todas as vezes que era reconhecida, sempre foi muito acolhedora e atendia a todos, tirava fotos", lembra. Segundo ele, mesmo durante a pandemia, Marília manteve-se cliente fiel. "Ela ligava para nós três, quatro vezes por semana, e íamos entregar almoço ou jantar no condomínio."

O garçom Ronei Sousa trabalha no Aquarius há três anos. "Tive o privilégio de atendê-la duas vezes. A primeira vez foi há três, quatro meses; a segunda, dois meses atrás", contou. "Ela era uma cliente muito bacana e humilde. Muitas vezes ela se sentava aqui e ninguém percebia quem era ela pelo fato da simplicidade dela", acrescentou.

De acordo com Ronei, Marília gostava de se sentar no canto favorito, acompanhada da mãe, Ruth Dias. "Ela curtia tomar o drink dela, a cervejinha. Era muito brincalhona e conversava muito com a gente", lembra. O garçom revela que a artista gostava de saborear disco de carne e tilápia aquariana, o prato exclusivo da casa: um filé de peixe recheado com muçarela e empanado.

O início

O Correio localizou o empresário Rhander Mamedio, 40 anos, o antigo dono da Copas Lounge, fechada em 2016 e, hoje, um restaurante. "A Marília ia à boate e, como era menor de idade, não podíamos deixar que ela fizesse um show completo. Mas ela sempre participava com os amigos. Ela estudava numa escola no quarteirão do lado. Ela dava muita palhinha lá, ia com as amigas dela. Foi uma perda irreparável", lamentou.

A imagem que Rhander guarda é de Marília chegando ao Copas com o violão à mão. "Tinha um posto de gasolina onde, depois de fechar a boate, ela tocava violão para o pessoal. Na época, Marília tinha apenas 14 ou 15 anos", descreveu. O empresário explica que a cantora cresceu profissionalmente muito cedo. Depois da boate, Marília foi contratada para compor músicas e, em seguida, teve músicas gravadas pela dupla Henrique e Juliano. "O estouro dela foi muito rápido." A estrela começou a brilhar para a música brasileira.

 

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