Morre, aos 68 anos, o grande ator australiano e marco da representação indígena no cinema, o ator David Gulpilil. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (29/12) pelo primeiro-ministro da Austrália do Sul, Steven Marshall. “É com profunda tristeza que compartilho com o povo da Austrália do Sul o falecimento de um artista icônico e único que moldou a história do cinema australiano e da representação aborígine na tela — David Gulpilil Ridjimiraril Dalaithngu”, comunicou Marshall. Gulpilil lutava contra um câncer de pulmão desde 2017.
Entre as obras nas quais teve participação de David, que pertencia à etnia Yolngu, estão o A longa caminhada (1971) e a série de filmes Crocodilo Dundee. Ao todo, foram mais de 23 filmes com atuação do australiano. Ele chegou a ganhar o Prêmio Cannes Un Certain Regard de Melhor Ator, pelo papel do protagonista no drama O país de Charlie, do cineasta Rolf de Heer. Além de ator, Gulpilil também era dançarino e pintor. Era considerado um dos maiores artistas do seu país natal.
Pioneiro
As habilidades de David Gulpilil com a dança tribal chamaram a atenção do cineasta britânico Nicolas Roeg, que acabou escalando o jovem de apenas 16 anos como protagonista do aclamado A longa caminhada, lançado em 1971. Antes disso, as representações indígenas australianas no cinema eram basicamente inexistentes, conforme explica o The Hollywood Reporter.
Atuação, dança e carisma fizeram com que o aborígene se tornasse um astro mundial. Mais tarde, em 1986, Gulpilil estreou Crocodilo Dundee, franquia de comédia ambientada no Outback australiano e na cidade de Nova York (EUA). A produção foi a segunda de maior bilheteria daquele ano, depois de Top Gun.
Em quase cinco décadas de carreira artística, Gulpilil atuou em cerca de 40 obras, entre filmes e séries, entre eles Geração roubada, The leftovers e Austrália, no qual atuou ao lado de Nicole Kidman e Hugh Jackman.
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