A perda da inocência

Correio Braziliense
postado em 18/11/2021 06:00
 (crédito:  Universal/Divulgação)
(crédito: Universal/Divulgação)

As maldades reservadas aos calouros, no processo de adaptação à Universidade das Artes de Londres são o mínimo a ser enfrentado pela jovem Eloise — Thomasin McKenzie —, na trama de Noite passada em Soho, conduzido por Edgar Wright. Adentrar no universo da moda, depois de sair da tranquila cidade Cornwall, colocará Eloise frente a frente com a realidade do assédio.

Com linhas temporais sobrepostas, o filme traz uma narrativa do tempo presente, mas, gradualmente, desloca-se para os anos de 1960, ambientado no palco da Swinging London, o movimento cultural que trouxe projeção pop para a Grã-Bretanha. Na famosa casa de entretenimento Rialto, Eloise trava contato com Sandie — Anya Taylor-Joy —, uma aspirante a cantora. O roteiro coescrito pelo diretor Wright e por Krystyn Wilson-Cairns — coautora do filme de guerra 1917 —, retrata os dilemas da estudante  que busca por visibilidade social. 

Engenhosamente, os roteiristas cercam Eloise de elementos extratemporais, como uma vitrola que parece viciada em discos antigos e toca sucessos como End of my world for me e I´ve got my mind set on you e transportará, virtualmente, a jovem para um mundo habitado por personagens,  que são interpretados por atores veteranos, como Terence Stamp — um tipo mulherengo — e Diana Rigg, em sua última e bela interpretação para cinema, como a dona de uma pensão muito parada.

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