Brasília se tornou um grande museu a céu aberto. A história artística da cidade está presente no Museu da República com a Mostra Brasília Museu Aberto. Foram projetadas, na parte externa do monumento, obras que trazem a trajetória histórica, artística e cultural da capital, nesta que é a segunda edição da exposição.
"A ideia da Mostra é ressignificar os espaços públicos para que o cidadão se reconheça no meio de toda monumentalidade da cidade", explica Danielle Athayde, curadora da mostra. "A exposição é uma linha do tempo, desde a Missão Cruls, até os dias atuais", adiciona a curadora, afirmando que passa por nomes como Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Lucio Costa e chega a artistas plásticos, fotógrafos e cineastas contemporâneos.
Inicialmente, era uma mostra física intitulada Brasília: da utopia à capital, que passou por Londres, Moscou e Itália, mas ficou presa em Roma por conta da pandemia. A resolução foi torná-la em arte tecnológica e projetar as imagens em pontos conhecidos da cidade, como o Museu da República, no Plano Piloto; a Casa do Cantador, em Ceilândia; o Museu Histórico e Artístico de Planaltina. O encerramento será no Panteão da Pátria, em 25 de novembro. "É uma exposição internacional, que visitou vários países, e agora chegou a hora do povo de Brasília ver a própria história", destaca Danielle.
Ao todo, 200 obras serão projetadas nesses pontos, em um formato pensado para quem está passando pelo local a pé, de carro ou de transporte público. "Queremos que esses lugares sejam vistos com outro olhar, que os cidadãos vejam a arte e liguem esses monumentos a uma sensação de pertencimento", pontua a curadora. "A nossa intenção é transformar os espaços públicos em um elo entre o cidadão e a história, que as pessoas se sintam parte da monumentalidade desses pontos", complementa.
"Nós queremos transformar a rua em um grande museu, onde o cidadão tem acesso a todo um conteúdo, que não é só histórico, é artístico e cultural também", comenta Danielle Athayde. A curadora acredita que Brasília tem que ser considerada pelo próprio povo como muito mais do que apenas a cidade onde mora, mas também como uma grande obra arte a céu aberto. "É o maior projeto urbanístico moderno do século 20. É um pedaço da nossa história, que não pode ser esquecido", completa.