Matt Damon e Adam Driver disputarão a própria honra até a morte no filme O último duelo. O longa apresenta as suposições do que é registrado como o último duelo entre cavaleiros na França, datado do século 14, e estreia nesta quinta-feira (14/10) nos cinemas. Além dos dois atores, Jodie Comer, conhecida como a Villanelle da série Killing Eve, também estrela a produção.
O último duelo conta uma história que ainda vem sendo desvendada até a atualidade. Jean de Carrouges (Matt Damon) desafia o amigo Jacques Le Gis (Adam Driver) a um duelo até a morte em nome da honra. O motivo seria que Le Gis teria atacado Marguerite (Jodie Comer) brutalmente, coisa que o cavaleiro nega. A história foi estudada por Eric Jager, professor de história medieval na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), o que o levou a escrever o livro, O último duelo: Uma história real de crime, que serviu de base para o filme da 20th Century Studios.
Eric Jager se interessou pelo tema lendo uma crônica sobre Marguerite e decidiu que estudaria mais o caso. “Eu pensei: ‘deveria haver um livro sobre este caso’, porque eu queria saber mais detalhes. Eu senti que as seis ou sete páginas da crônica, apesar de muito empolgantes, deixaram muitas questões a serem respondidas”, afirma o autor em entrevista cedida pela 20th Century Studios ao Correio. A partir desta leitura, o acadêmico passou a investigar o caso em busca de esclarecimentos para inconsistências e lacunas do que havia lido. “Então eu juntei as peças de uma variedade de fontes para formar a história, tentando entender o que era verdadeiro o que não era somente boato”, explica.
Eric exauriu todas as fontes que podia sobre o tema, desde documentos históricos de tribunais do século 14, até histórias contadas nas ruas de conhecimento oral popular, toda essa junção resultou no livro já traduzido para 20 línguas no mundo inteiro, que foi tema de documentários e podcasts internacionais e que baseia a estreia desta quinta. “Eu fiquei maravilhado por esse caso desde o princípio e realmente achava que poderia ser um grande filme”, lembra Jager.
Para o autor, os próprios estudos deram uma nova visão do caso, muito diferente do que era relatado antes de investigado a fundo. “Eu encontrei documentos contendo erros ou omissões. Eu também achei documentos que ou teriam sido completamente ignorados, ou apenas mencionados em lugares muito obscuros e que nunca haviam feito parte do que historiadores e acadêmicos sabiam sobre o caso”, pontua o escritor.
Em 2019, os direitos da história foram comprados pela 20th Century Studios e Jager contratado como consultor para a adaptação da história aos cinemas. “O roteiro estava espetacular desde o início. O primeiro rascunho, o qual fiz alguns comentários e sugestões, era brilhante”, conta o autor. Ele disse que, após meses de pesquisa em 2019, os roteiristas chegaram ao produto final presente no filme, e que a ajuda que proporcionou foi essencial. “Eu fiquei muito satisfeito quando li os rascunhos seguintes do script e vi que maioria das minhas sugestões tinham sido adotadas”, conta.
Eric Jager entende que o trabalho feito para o filme é importante para a história da França, principalmente para a região da Normandia. “Pensei: ‘wow, realmente vai virar um filme mesmo, então eu tenho que focar no que estou fazendo”, brinca o autor. “É como uma parte da história da região da Normandia, parte da vida lá”, comenta sobre a responsabilidade de contar essa história que chega aos cinemas.
*Sob supervisão de Nahima Maciel