O escritor Ignácio de Loyola Brandão é o convidado desta quinta-feira (7/10) da série de debates Diálogos Contemporâneos. Com o título de Literaturas, pestes, pandemias e distopias - Ficção e realidade, a palestra de Loyola ocorre no Centro Cultural Taguaparque nesta quinta (7/10) e no Ginásio de Esportes de Sobradinho, nessa sexta (8/10), sempre às 19h30 e com mediação de José Carlos Vieira, editor do Correio Braziliense. Também haverá transmissão pelo canal do YouTube do evento.
Durante a palestra, o autor de Não verás país nenhum vai falar sobre os rumos do Brasil nos últimos dois anos, sobre os efeitos da pandemia na sociedade brasileira, sobre a crise política e sobre como viver em uma distopia que não é mais uma ficção.
Loyola conta que está escrevendo um novo livro que se passa no futuro. "Porque descobri que é o lugar onde consigo viver direito”, explica. Segundo ele, o livro fala de um país coberto por milhares de sepulturas e no qual praticamente toda a população foi dizimada. Nesse mundo distópico, os ponteiros dos relógios giram ao contrário e um homem atravessa a narrativa com a pergunta repetitiva “o que está acontecendo?”.
Aos 85 anos, Loyola conta que escreveu o livro baseado em observações do dia a dia e da realidade. Por causa da pandemia e cansado do barulho incessante de obras perto de seu apartamento, em São Paulo, o autor se mudou para uma casa no sul de Minas Gerais. “E tenho me isolado muito lá”, avisa. “Pela minha idade, pelos contágios e porque ninguém mais suporta os bate estacas em São Paulo. Em torno de minha casa há nada menos que seis prédios sendo construídos. Quem vai comprar tudo isso?”