Arte

Coletivo de NY compra um Warhol para 'destruí-lo' em 999 cópias

Além da operação financeira bem-sucedida, já que arrecadou US $ 250 mil com a venda, o MSCHF garante que busca criticar o conceito de "autenticidade" e "exclusividade"

Agência France-Presse
postado em 27/10/2021 13:32 / atualizado em 27/10/2021 13:32
 (crédito: Handout / MSCHF / AFP)
(crédito: Handout / MSCHF / AFP)

O coletivo de arte de Nova York MSCHF colocou à venda 1.000 cópias de um desenho de Andy Warhol pelo mesmo preço, com o original entre eles.

Na página chamada "Museu da Falsificação", o MSCHF afirma ter comprado "Fairies" (Fadas), um desenho de 1954 do mestre da pop art, por 20.000 dólares.

O objetivo do coletivo criado em 2016 - especializado em operações de reapropriação de obras de arte e comércio de objetos - era fazer 999 exemplares exatos colcados à venda com o autêntico.

Na segunda-feira, colocou à venda 1.000 cópias do que o MSCHF considera uma nova obra, intitulada "Talvez a verdadeira cópia de Fadas de Andy Warhol". As cópias "foram vendidas no mesmo dia" por US $ 250 a peça, disse o grupo.

O MSCHF (por "Mischief", travessura em inglês), que tem sede no Brooklyn, postou na internet um vídeo mostrando a técnica usada para fazer as cópias: um robô que copia o desenho, um processo de "envelhecimento artificial" com luz, calor e umidade e depois uma reprodução manual do selo da Fundação Warhol e anotações a lápis, explicou Kevin Wiesner, um dos integrantes do grupo, por e-mail à AFP.

"Se um curador pudesse comparar cada desenho, acabaria descobrindo o original, mas é improvável que esse cenário ocorra", acrescentou.

Além da operação financeira bem-sucedida, já que arrecadou US $ 250 mil com a venda, o MSCHF garante que busca criticar o conceito de "autenticidade" e "exclusividade" que prevalece no mercado de arte.

"Nosso objetivo é 'destruir' o desenho quebrando a cadeia de confiança", disse Wiesner.

Contactada pela AFP, a Fundação Warhol não quis comentar.

Um dos últimos sucessos do MSCHF foi a criação e venda do tênis "satânico" (a US $ 1.018 o par) que supostamente continha uma gota de sangue humano na sola, em associação com o rapper americano Lil Nas X.

Atacado na justiça pela Nike, fabricante do modelo original, por falsificação e embaçamento da marca, o MSCHF decidiu chamá-lo de "Satan shoes".

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