Com o Halloween chegando, é normal que amantes do cinema aproveitem o momento para relembrar e assistir a clássicos filmes de terror. No entanto, alguns deles acabam se tornando "clichês" por apresentarem estereótipos de histórias e, principalmente, comportamento de personagens.
Devido a popularidade que alguns desses clássicos adquiriram quando lançados, nos anos seguintes outros diretores tentaram emular enredos e personagens para quem sabe, repetir o sucesso comercial dos filmes antigos.
Com o passar dos anos, é normal que alguns detalhes das produções sejam vistas com outros olhos. Em todos os gêneros, não é difícil encontrar arquétipos idealizando principalmente personagens femininas, e o terror não fica fora dessa.
Até meados dos anos 1990, os longas projetavam estereótipos em mulheres, como a jovem virgem que consegue escapar do serial killer, alguma desconhecida que morre sem que consigamos descobrir a história dela ou até mesmo uma amiga com decisões questionáveis que nunca sobrevive. Não é difícil se lembrar de filmes com esse enredo.
Relembre alguns dos principais estereótipos
A voz das Scream Girls
As Scream Girls ou Scream Queens (garotas/rainhas do grito, em tradução livre), apareceram nas produções por volta dos anos 1930, mas tiveram mais destaque nas décadas seguintes. Elas são personagens femininas que não se sabe muito a história, mas entram para dar um efeito dramático no filme, geralmente lembradas pelos gritos estridentes.
Um exemplo marcante é Marion Crane, interpretada por Janet Leigh, do filme Psicose (1960). Pouco é lembrado sobre a história dela, mas é possível descrever facilmente a cena de sua morte. A personagem aparece nua na ocasião, como uma simbologia de fragilidade e exposição ao assassino, apenas para movimentar o filme.
Final Girls
O termo Final Girl, sugerido por Carol J. do Trevo no livro Men, women, and chainsaws: Gender in the modern horror film (1992), define as personagens sobreviventes de ataques intensos. É comum em filmes slasher e tem alguns estereótipos que a acompanham, como a perda de praticamente todos os amigos e até familiares.
Nesse caso, o público acaba focando na história dessa personagem, fazendo com que se crie uma ligação entre a audiência e a protagonista. Nesse caso, os filmes slasher costumam ser divididos em duas vertentes, sendo a primeira uma interpretação de personagem mais angelical e virgem, que sobrevivem por terem um comportamento 'moral'. Os filmes Halloween (1978) e Sexta-feira 13 (1980) são exemplos.
Já na segunda vertente, as personagens costumam sobreviver por serem independentes e autônomas. Um exemplo é Sidney Prescott (Neve Campbell), de Pânico (1996), que virou um dos símbolos de filmes clássicos pela representação oposta da primeira vertente de mulheres que conseguem chegar vivas até o fim do filme.
Personagens corajosos
Ao contrário de alguns personagens que lutam ao máximo para sobreviver e se esconder, os personagens corajosos, como o nome diz, não costumam temer nada e se aventuram para explorar matas escuras ou porões abandonados ao primeiro som estranho que escutam. Geralmente, jovens e crianças costumam estar nesse papel, e é claro que nessas situações nunca falta a famosa frase "tem alguém aí?".
Reflexos
Indo além de estereótipos comportamentais, os espelhos, mesmo sendo apenas simples objetos, costumam ter participações importantes nos filmes de terror. É normal que, quando um personagem se olhe no espelho, a câmera foque mais nesse reflexo e, ao mudar a sonoplastia, podemos esperar um susto ou algo misterioso acontecer.
A casa misteriosa
Uma família normal se muda para uma casa em uma nova cidade. Isso te parece familiar? Geralmente o imóvel costuma ter uma história sombria de moradores que já morreram ali, ou alguma razão inexplicável e sobrenatural que faz com que os novos habitantes sejam assombrados no local.
Celular sem funcionar
É sempre óbvio que no momento em que o personagem mais precisa, o celular vai estar sem sinal ou descarregado. Os personagens não costumam ter sorte com os aparelhos eletrônicos, mas apesar do susto, eles sempre voltam a funcionar misteriosamente e os protagonistas conseguem chamar socorro.
Jump scare
O jump scare é uma técnica frequentemente usada em filmes de terror com intuito de assustar o público, surpreendendo-o com uma mudança abrupta de imagem ou evento, geralmente ocorrendo com um som alto e assustador. A técnica aparece de várias formas, no espelho, debaixo da cama, no armário, no banco traseiro do carro.
Obstáculos invisíveis
Por fim, mas não menos importantes, um dos acontecimentos que não costumam faltar em filmes de terror são personagens tropeçando em algum obstáculo misterioso durante o momento de fuga, fazendo com que a pessoa precise rastejar até, por pouco, chegar ao local necessário para se salvar. Bom, no entanto, nem sempre todos têm a mesma sorte.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.