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Round 6: série sul-coreana aborda realidade distópica em um jogo perverso

Sucesso da Netflix traz a história de pessoas endividadas que são convidadas a participar de um jogo pouco convencional em troca de dinheiro. Produção criada pelo cineasta Hwang Dong-hyuk tem segunda temporada confirmada

Pedro Ibarra
postado em 20/10/2021 06:00
Com foco principalmente no personagem Seong Gi-hun, interpretado por Lee Jung-jae, a produção apresenta desafio de vida ou morte -  (crédito: Noh Juhan/Netflix)
Com foco principalmente no personagem Seong Gi-hun, interpretado por Lee Jung-jae, a produção apresenta desafio de vida ou morte - (crédito: Noh Juhan/Netflix)

Jogos infantis decidem o futuro de pessoas endividadas. Essa é a premissa do grande sucesso recente da Netflix, Round 6. A série sul-coreana bateu recordes na plataforma de streaming e é sucesso em todo mundo, escancarando uma nova forma de consumir conteúdos on-line e como a Netflix tem sido importante para dar espaço a produções de outras línguas que não a inglesa.

O seriado conta a história de pessoas atoladas em dívidas que são convidadas a participar de um jogo em troca de dinheiro. A princípio, são tarefas simples, jogos infantis, como “Batatinha 1, 2, 3”, apresentado logo no primeiro episódio. Porém o que parece fácil ganha nuances dramáticas, afinal, todos os eliminados nos jogos são assassinados no ato. Com foco principalmente no personagem Seong Gi-hun, interpretado por Lee Jung-jae, a produção apresenta esse desafio de vida ou morte que tem como prêmio final um valor de, aproximadamente, R$ 40 milhões.

A história instigante e os episódios eletrizantes da série conquistaram uma legião de fãs em todo mundo, o que levou a série a bater o recorde de série mais assistida da Netflix. A plataforma anunciou que Squid game, nome original do seriado em inglês, foi assistida por 111 milhões de contas nos 28 primeiros dias após a estreia. O marco é significativo, tendo em vista que a última detentora do recorde havia sido Bridgerton, assistida em 82 milhões de lares nos primeiros 28 dias.

O sucesso em números também representou um importante ganho financeiro a Netflix. A gigante do streaming gastou US$ 21,4 milhões (R$ 119 milhões), mas terá um retorno de, aproximadamente, US$ 900 milhões em valor de mercado, quase R$ 5 bilhões. O que garantiu a produção criada pelo cineasta Hwang Dong-hyuk a confirmação de uma segunda temporada, que já está nas primeiras fases de produção.

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    Reprodução Netflix Reprodução Netflix

Menos foco

Round 6 não é o primeiro caso de uma produção não falada em inglês da Netflix a conquistar um público mundial. A série mais emblemática e talvez uma das primeiras não produzidas em língua inglesa a conseguir o feito é a espanhola La casa de papel, que está na quinta e última temporada em 2021. O seriado tem fãs em todo o planeta e foi alongado devido ao sucesso. Outras séries que trilharam o mesmo caminho foram as também espanholas Elite e Vis a vis, a francesa Lupin, a alemã Dark e a dinamarquesa Borgen. Todas foram renovadas para mais de uma temporada e conquistaram uma legião de fãs.Vale lembrar também do longa O poço, que foi fenômeno no início de 2020.

Contudo, o caso de Round 6 tem uma particularidade importante, a Coreia do Sul. O país oriental está cada vez mais consolidado como uma potência cultural mundial. Parasita, filme do país, foi o primeiro longa produzido fora de países de língua inglesa com falas a ganhar o Oscar de melhor filme. O K-Pop, gênero de música popular sul-coreano, atravessou fronteiras, e boybands como BTS, EXO e Blackpink figuraram nos primeiros lugares das paradas de sucesso do mundo inteiro, incluindo as cobiçadas listas da Billboard. O fato mostra que o investimento do país asiático em cultura tem surtido efeito.

A Netflix tomou a decisão de surfar nessa onda. A plataforma, que já havia dado espaço ao próprio diretor Bong Joon-ho, de Parasita, para o longa norte-americano Okja, anunciou um investimento de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) tanto em filmes quanto em programas de televisão sul-coreanos ainda em 2021.

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