Crítica // Uma janela para o mar ##
A última luz no túnel
Depois do retrato de um amor extremado que cerca um marinheiro, no longa Chaika, e de investir num filme de terror (La mina), o diretor madrilenho Miguel Ángel Jiménez deposita as fichas em um exame introspectivo da desandada vida de uma cinquentona, em Uma janela para o mar.
Há placidez no apoio cromático escolhido pelo cineasta, que recorre com insistência para a dobradinha azul e branca integrada à bandeira da Grécia, país no qual o filme tem muitas cenas. Maria, a protagonista, aliás teria muito para protagonizar uma tragédia grega, mas recorre a decisões impulsivas, com a finalidade de se desvencilhar do iminente avanço de câncer.
Com andamento dramático e linguagem convencionais, o longa não oferta grandes momentos para Emma Suárez, a talentosa atriz vista no filme de Pedro Almodóvar 'Julieta'. Uma péssima escolha (que não chega a comprometer o todo) é o coadjuvante Gaizka Ugarte, intérprete de Imanol, o filho de Maria.
Num primeiro momento, repleto de climão pesado (dada a descoberta da doença), o longa guarda para o segundo ato a revelação de momentos solares e de impulsos atrelados a Maria.
Nisyros, a ilha grega para a qual a espanhola segue, parece acentuar a inteligência da personagem em administrar a derradeira fase de vida. No caminho, contará com o amor de Stefanos (Akilas Karazisis), um explorador do mar que guarda acentuadas e obscuras dores na própria existência.
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