Ao anunciar o prêmio, a Academia Sueca elogiou Gurnah por retratar os "efeitos do colonialismo" de forma "intransigente e compassiva". O prêmio tem hoje o valor de 10 milhões de coroas suecas (R$ 6,2 milhões).
Autor de 10 romances, Gurnah tem hoje 73 anos. Seus livros mais famosos são Paradise (Paraíso, sem edição em português) e Desertion (Deserção, também sem edição em português).
Publicado em 1994, Paradise conta a história de um menino que cresceu na Tanzânia no início do século 20. O livro ganhou o Booker Prize, marcando a revelação de Gurnah como escritor.
"A dedicação de Abdulrazak Gurnah à verdade e sua aversão à simplificação são impressionantes", disse o Comitê do Nobel de Literatura.
"Seus romances fogem de descrições estereotipadas e abrem nosso olhar para uma África Oriental culturalmente diversificada, desconhecida para muitos em outras partes do mundo."
"[Seus] personagens se encontram em um hiato entre culturas e continentes, entre uma vida que existia e uma vida que surge; em um estado de insegurança que nunca pode ser resolvido."
Nascido na cidade tanzaniana de Zanzibar em 1948, Gurnah foi para o Reino Unido como refugiado no final dos anos 1960. Na Inglaterra, se tornou professor de Inglês e Literaturas Pós-Coloniais na Universidade de Kent, onde se aposentou há pouco tempo.
Os prêmios Nobel, concedidos desde 1901, reconhecem realizações em literatura, ciência, paz e economia.
Vencedores anteriores incluíram romancistas como Ernest Hemingway, Gabriel García Márquez e Svetlana Alexievich, contistas como Alice Munro e poetas como Pablo Neruda.
Também foram premiadas pessoas em outras áreas. O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill, por exemplo, venceu o prêmio por suas memórias. O músico Bob Dylan foi premiado por suas letras e Bertrand Russell por sua filosofia. O primeiro escritor em língua portuguesa a vencer o prêmio foi José Saramago, em 1998.
O Nobel de Literatura do ano passado foi ganho pela poetisa americana Louise Gluck.
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