Em homenagem ao Dia da filha, Janelle Monaé apresentou ao mundo, no último domingo (26/9), a canção Say her name. A música leva o nome de um movimento iniciado pela professora Kimberlé Crenshaw para dar visibilidade a mortes silenciadas de mulheres negras por violência policial. A intenção é justamente protestar contra a forma como a policia trata os negros nos Estados Unidos.
Com 17 minutos de duração, a música é majoritariamente feita pela frase “Say her name”, "Fale o nome dela", em tradução livre, seguida pelo nome de mulheres mortas por violência policial. São citados como homenagem os seguintes nomes: Rekia Boyd, Latasha Nicole Walton, Atatiana Jefferson, Kendra James, Priscilla Slater, Yuvette Henderson, Renee Davis, Kyam Livingston, Cynthia Fields, Kindra Chapman, India Kager, Shelly Frey, LaJuana Phillips, Kisha Michael, Dannette Daniels, Crystal Ragland, Pamela Turner, Latandra Ellington, Crystalline Barnes, Korryn Gaines, Michelle Cusseaux, India Cummings, Sandra Bland, Symone Marshall, Yvette Smith, Margaret Mitchell, Mya Hall, Tyisha Miller, Alesia Thomas, Kayla Moore, Alberta Spruill, Breonna Taylor, Aiyana Stanley-Jones, Nizah Morris, LaTanya Haggerty, Layleen Polanco, Shereese Francis, Sheneque Proctor, April Webster, Kathryn Johnston, Michelle Shirley, India Beaty, Tanisha Anderson, Sandy Guardiola, Shukri Ali Said, Duanna Johnson, Eleanor Bumpurs, Jessica Williams, Sarah Riggins, Charleena Lyles, Sharmel Edwards, Deborah Danner, Joyce Curnell, Natasha McKenna, Darnesha Harris, Pearlie Golden, Miriam Carey e Tarika Wilson. Todas mulheres mortas pela policia.
Monaé não faz o trabalho sozinha, ela conta com a ajuda da própria Crenshaw para cantar os nomes, além de ter convidado outras artistas e ativistas mulheres negras para entoar o nome dessas pessoas. Participam da canção Beyoncé, Alicia Keys, Chlöe x Halle, Tierra Whack, Isis V., Zoë Kravitz, Brittany Howard, Asiahn, Mj Rodriguez, Jovian Zayne, Angela Rye, Nikole Hannah-Jones, Brittany Packnett Cunningham e Alicia Garza.
O intuito da canção é pedir não só para que essas mortes não sejam silenciadas, mas também clamar por uma educação antirracista e por uma união entre as mulheres para o compartilhamento dessas histórias. Por conta disso, a artista reverteu toda a renda da música para o African American Policy Forum, uma incubadora de ideias focada em justiça social e diversidade que busca construir pontes entre as artes, o ativismo e a academia, a fim de abordar a desigualdade estrutural e a opressão sistêmica.