Música

Samambaia e Ceilândia recebem projeto Itinerância Forrozeira

Projeto traz, em cima do caminhão de som, os grupos Trio Balançado, Campo Alegre, Pardal e Azulão, Trio Xoddo, Raimundo do Forró, Trio Jamelo, Nilson Freire e Trio Cariri

Quem mora em Samambaia ou em Ceilândia será agraciado, a partir de hoje, com a batida inconfundível dos grupos do projeto Itinerância forrozeira. Em cima do caminhão de som estarão o Trio Balançado, Campo Alegre, Pardal e Azulão, Trio Xoddo, Raimundo do Forró, Trio Jamelo, Nilson Freire e Trio Cariri.

Neste ano, o projeto tem apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF. Mas a ideia surgiu em 2011, com a mobilização da campanha para que o forró seja reconhecido na condição de Patrimônio Cultural Brasileiro. No ano seguinte, em 2012, foi criada a Associação de Forrozeiros do DF, com o objetivo de acolher e estimular os praticantes deste gênero musical, numa cidade em que pulsa forte o sangue nordestino.

Em 2012, a Associação deu largada ao projeto e invadiu as feiras do DF, com um caminhão de som para levar a alegria do forró. No ano passado, o forró itinerante percorreu 22 cidades do DF. E, neste ano, atendendo a pedidos das administrações regionais e de moradores, o forró começa por Samambaia e Ceilândia: “Mesmo quando podíamos realizar shows presenciais, os grupos subiam em um caminhão pau-de-arara para tocar”, explica Marques Rodrigues, presidente da Associação de Forrozeiros do DF e coordenador do projeto. “Com a pandemia e a exigência de distanciamento social, utilizamos o caminhão para rodar pelas quadras de Samambaia e de Ceilândia.”

A Associação conta com 42 grupos registrados, com perfis muito diversificados. Alguns são profissionais, como é o caso do Trio Balançado e de Luizão do Forró, que vivem de música. Enquanto isso, existem forrozeiros que sobrevivem com as profissões de pedreiro, operário ou servidor público.

Em comum, os músicos cultivam o forró tradicional, tocado com sanfona, zabumba e triângulo, aprendido com o mestre Luiz Gonzaga: “Ceilândia e Samambaia são as cidades mais forrozeiras”, observa Marques. “Nós colocamos um repentista violeiro e um cantador de coco em cima do caminhão para contar a história do forró de maneira improvisada.”

O melhor período para os grupos é o das festas juninas, em junho e julho, quando aparecem muitos convites. Brasília gosta muito de festa de são-joão. O folguedo se espalha pelo Plano Piloto, Lago Sul, Lago Norte, cidades da periferia, igrejas, escolas particulares e associações de bairro: “A Associação representa os grupos nas negociações dos cachês. Algumas vezes, são simbólicos, mas cobrem as despesas e satisfazem aos trios que amam executar a sua arte”, conta Marques Rodrigues.

Ceilândia e Samambaia são cidades muito nordestinas. Mas o gênero se espalha também por Sobradinho, Riacho Fundo, Planaltina, Santa Maria, Núcleo Bandeirante: “Nós estamos fazendo também um trabalho de formação com os jovens. Entregamos certificados de forrozeiros para 14 deles, que fizeram cursos com um profissional da Associação. No dia 13 de dezembro, será formalizado o registro do forró como patrimônio cultural em João Pessoa, na Paraíba, graças a um trabalho de coordenação do Balaio do Nordeste, que teve a nossa participação.”