Após seis semanas de julgamentos, o cantor e produtor R. Kelly foi considerado culpado pelos crimes de tráfico sexual de mulheres e menores de idade e extorsão. O produtor foi julgado pelo Tribunal Federal de Nova York, localizado no bairro do Brooklyn. Um júri formado por 12 pessoas condenou R. Kelly em todas as acusações que enfrentava.
Ao todo, foram nove acusações. A principal delas é de que R. Kelly seria o mandante de um esquema interestadual que movimentava mulheres, algumas menores de idade, pelos Estados Unidos. A organização liderada pelo músico envolvia empresários, seguranças e tinha como fim a produção de material pornográfico. Os crimes praticados são de exploração sexual de crianças, sequestro, abusos sexuais e suborno. Um dos casos específicos citados foi o do último matrimônio do cantor, ele teria subornado uma agente de justiça para se casar com Aaliyah, em 1994. Na época a cantora tinha 15 anos.
R. Kelly violou oito normas definidas pela Lei Mann, que estipula punições contra o tráfico sexual, mas a sentença ainda não foi determinada. A audiência está marcada para maio de 2022. A previsão é que a condenação seja de décadas. Esta não deve ser a única condenação do artista, que ainda lida com processos em Chicago.
A defesa do cantor ainda não confirmou, mas afirmou a veículos internacionais que pretende entrar com recurso. Vale lembrar que o músico já havia sido indiciado em outra oportunidade, por acusações de pornografia infantil em 2008, porém foi absolvido na época.
De dono das paradas a predador sexual
Nascido Robert Sylvester Kelly, o artista fez muito sucesso no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Como músico, tem sucessos como I believe I can fly, da trilha sonora do filme Space Jam, Ignition e I’m a flirt. Como produtor, trabalhou com artistas como Janet Jackson, Toni Braxton e Britney Spears, também com sucesso.
Porém, R. Kelly começou a ser acusado por diversas mulheres de que praticava assédio, abuso e tráfico sexual, inclusive muitas menores de idade. O caso ficou tão grande que se tornou uma série documental, Surviving R. Kelly ("Sobrevivendo a R. Kelly", em tradução livre). Apenas no julgamento, oito mulheres e dois homens deram testemunhos de abusos do cantor. As retaliações ao artista foram em todos âmbitos e ele chegou a ser excluído de todas as playlists oficiais do Spotify.
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