Fileiras de táxis e carros luxuosos com motorista, beleza e trajes originais. A Semana de Moda de Milão começa nesta quarta-feira (22) com muita pompa e seu público habitual, após 18 meses da crise de saúde.
Dos 65 desfiles programados até 27 de setembro para anunciar a futura temporada feminina primavera/verão de 2022, 43 são físicos e 23 digitais.
São muitas as apresentações programadas: 98 no total, incluindo 77 físicas e 21 digitais. Os eventos e comemorações também voltam, 41 no calendário oficial, dos quais 37 presenciais.
Apesar disso, ainda não é um retorno à normalidade, pois para ter acesso às atividades os convidados devem apresentar passaportes sanitários que atestam uma primeira dose da vacina de pelo menos 15 dias ou um teste negativo realizado pelo menos 48 horas antes. A máscara permanecerá obrigatória.
As grandes marcas de luxo - como Fendi, Prada, Versace, Dolce&Gabbana, Missoni, Ferragamo e Etro - optaram pelo espetáculo com público, mas o número foi reduzido quase pela metade.
A medida continua em vigor por questões de saúde, para cumprir o distanciamento, mas também porque muitos jornalistas e compradores vêm de países com restrições de viagens.
Os orçamentos também foram revisados para baixo com formatos "mais íntimos".
A semana de moda milanesa ainda traz muitas novidades, entre elas a volta de Roberto Cavalli, que revelará a primeira coleção de seu novo diretor artístico, o italiano Fausto Puglisi.
MM6 Maison Margiela e Luisa Spagnoli apresentarão seus primeiros desfiles em Milão.
Apesar de a Gucci ter deixado de frequentar a semana de moda de Milão em 2020 com suas novas coleções, este ano lança o projeto intitulado The Vault. Se trata de um novo espaço para a onda de designers emergentes.
Giorgio Armani comemora 40 anos de sua linha Emporio com uma retrospectiva em Silos, sua sede em Milão.
Renascimento
“A retomada dos eventos públicos, que começou em meados de junho graças à campanha de vacinação, ocorre em um contexto de recuperação econômica e mostra a coragem dos organizadores, a tenacidade das empresas e o apoio da indústria italiana”, garantiu Carlo Ferro, presidente da Agência Italiana de Comércio.
O setor da moda italiano - que inclui têxtil, vestuário, couro, calçado e marroquinaria - apresenta dados encorajadores, com um crescimento do volume de negócios de 24% no primeiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020.
Apesar disso, permanece 15% abaixo dos níveis anteriores à pandemia. De qualquer forma, o aumento das encomendas do setor deve permitir que caia para sete pontos abaixo de 2019.
A moda italiana confirma seu grande apelo no mundo, com exportações no valor de 18,2 bilhões de euros (cerca de 21,37 bilhões de dólares) durante os primeiros cinco meses do ano, um aumento global de 27,6%, graças em particular à China e aos países da União Europeia.
“Este é um renascimento”, resumiu o presidente da Câmara Nacional de Moda da Itália (CNMI), Carlo Capasa.
A entidade estabeleceu para si objetivos ambiciosos, pois espera ajudar a acelerar a mudança sustentável no setor da moda, acelerar a evolução multicultural da Itália com a perspectiva de aumentar a diversidade e inclusão, e promover o talento dos melhores estilistas emergentes na cena nacional e internacional, explicou Capasa.
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