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Flashmob na Praça dos Três Poderes pede proteção dos direitos indígenas

Um flashmob vai encenar a lavagem do sangue indígena derramados com políticas governamentais que deixam os povos das florestas vulneráveis. Ação ocorre às 17h, na Parça dos Três Poderes

Com a intenção de mobilizar e pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para manutenção dos direitos indígenas, os artistas Adriana Varella, do Anarko Art Lab, e Joseph Duplantier, da banda Gojira, realizam, nesta quarta-feira (25/8), às 17h, um flashmob na Praça dos Três Poderes. O público poderá participar da ação, que será encabeçada pelas anciãs Guarani Kaiowá e contará com participação de outros artistas.

Durante o flashmob, os participantes cobrirão o chão da praça com um líquido vermelho como metáfora do sangue perdido a cada morte indígena. Aos poucos, os artistas limparão o sangue performático com vassouras e panos enquanto repetem "Sangue indígena, nenhuma gota a mais", frase que dá nome à performance. “O que queremos é que o governo respeite a demarcação dos territórios indígenas e os deixe em paz em suas terras”, diz Adriana Varella, membro da International Artist Solidarity (IAS) e responsável por criar uma campanha de arrecadação que conseguiu juntar US$ 300 mil para os indígenas.

A ideia é que o público realize vídeos do flashmob e publique nas redes sociais com o pedido de “Basta!” e as hashtags da campanha, #inartsolidarity, #pl490não e #indigenouspeoples. A ação será realizada no mundo inteiro e os organizadores esperam que os vídeos viralizem. “Os brancos vão fazer um ritual da limpeza do sangue indígena e da floresta que foi assassinada", avisa Adriana, artista brasileira residente em Nova York e idealizadora da ação. Com a performance, os artistas esperam sensibilizar o público para o perigo da crise climática e para a importância dos povos da floresta no combate à degradação do planeta.

A ação vai chamar a atenção para as políticas anti-indígenas do governo federal, incluindo o PL 490 e o Marco Temporal, que prevê que os indígenas só poderiam reivindicar como suas as terras ocupadas antes da Constituição Federal de 1988. “Sabemos que se este governo passar a lei do Marco temporal, vai ser o fim de todos nós, o fim do planeta. Num momento de colapso climático, os indígenas são os únicos que podem ajudar no restauro reflorestamento e saúde do pujantes. Se os indígenas morrerem, todos nós vamos morrer”, garante Adriana. "Precisamos da participação e colaboração de cada brasileiro neste processo, os indígenas não podem ser os únicos a estarem na linha de frente."

O julgamento da legalidade dos projetos no STF está marcado para esta quarta-feira (25/8) e indígenas estão acampados na região central de Brasília para protestar. Na tarde de terça (24/8), eles realizaram manifestação na Esplanada dos Ministérios. O ministro Edson Fachin, relator do caso, já votou contrariamente ao Marco Temporal.