O tempo do amor
Não tenho âncora no passado,
nem como pão requentado na mesa do amanhã.
As fotografias não doem.
Esvaziadas todas as palavras prometidas ao eterno.
O tempo lava os ponteiros dos segundos,
atualiza dores, desejos, e desbota mágoas.
Aportam-se e partem tantos personagens
no cais do amor!
Ninguém preso aos meus passos,
sob meus pés, pisoteando meu prumo.
Passado não tem fôlego para seguir alegria:
É terra dos mortos.
Carmen Moreno