FIM DE SEMANA

Resistindo à pandemia, galeria fotográfica Plano Imaginário é reinaugurada

As visitas ao espaço serão feitas em grupos de cinco, para não aglomerar, e os organizadores são categóricos no uso de máscara: é obrigatório!

Acreditando na vocação da W3 para a cultura, os fotógrafos Zuleika de Souza e Claudio Versiani decidiram alugar um espaço na 504 Sul para instalar o projeto Plano Imaginário que, desde o início da pandemia, fechou as portas no Lago Norte. Marcada para hoje, a reinauguração do espaço será feita com ocupação do beco entre os dois blocos da quadra, no qual será instalada uma feirinha, e abertura das salas nas quais o Plano Imaginário passa a funcionar.

Zuleika conta que sempre quis montar alguma coisa na W3 e que agora seria uma boa hora. O Plano Imaginário funciona como uma galeria de fotografia, na qual se pode comprar e visitar exposições, principalmente, de fotógrafos de Brasília. Como o espaço era formado por várias salas, o fotógrafo Nick Elmoor, o Dj e fotógrafo Zé Maria Palmieri, da @quitandagaleria, e Pedro Sassi, da @sassidiscos, se juntaram ao projeto para dar vida ao que chamam carinhosamente de Sohinho, em alusão ao bairro do Soho, referência cultural de Nova York. “É engraçado, porque algumas pessoas me falavam ‘ah, mas você vai ter coragem?’ e outras diziam ‘parece o Soho’”, conta Zuleika. “Alguns não conseguiam vislumbrar que dava pra ficar bom, que, com criatividade, a gente consegue arrumar, e assim a gente montou.”

A iniciativa atraiu também o fotógrafo André Dusek, que levou para o espaço algumas obras do pai, Milan Dusek. No local, além de exposições, haverá venda de obras, de fotografias e de discos. “A gente batizou de condomínio cultural, juntando fotografia e música. Tem venda de vinis, radiolas antigas, fotografias, livros de fotografia”, avisa Zuleika. A inauguração ocorre hoje, a partir das 15h, com a Feira do Plano e um convite para que os visitantes ocupem com cangas e cadeiras a área verde em frente à SQS 304, virada para a W2. Além da venda de fotos, discos e câmeras analógicas, a feira conta com a participação do Empório Comida de Chefe e do Mr Truque Bus Drinks.

As visitas às galerias serão feitas em grupos de cinco, para não aglomerar, e os organizadores são categóricos no uso de máscara: é obrigatório. “Queremos ocupar esse beco, queremos que vire o beco da fotografia e da música”, revela Zuleika. Durante a feira, também haverá o lançamento do primeiro volume da coleção Zebrinha Livros-ZL, idealizada por Zuleika, Dalton Camargos, André Santangelo e Nick Elmoor.
Com pequenos fascículos de 30 páginas destinadas a fotógrafos de Brasília, a ZL une pesquisa em acervos, conversas com o autor e resgate de obras inusitadas sob um projeto gráfico de Claudia e Nick Elmoor. “É um projeto que pretende fazer uma espécie de inventário do que já foi produzido e do que se produz atualmente, e nem sempre apenas o que está em evidência, resgatar trabalhos esquecidos, ou não devidamente valorizados, e partir disso lançar questões para o futuro”, explica Dalton Camargos.

Com o título de Amara, o primeiro volume traz o trabalho de André Santangelo. O projeto é independente, cada volume custa R$ 15 e os 150 exemplares estarão à venda na Feira do Plano. “A coleção tem uma coisa de resgate de coisas diferentes que a pessoa não está mostrando. O do André é um trabalho todo em preto e branco, de corpos humanos, com as sobreposições que ele faz, mas bem diferente do trabalho dele”, avisa Zuleika.


Plano Imaginário

Reabertura hoje, às 15h, com
a Feira do Plano, na 504 Sul