Com o título Cinema Urbana — Mostra Internacional de Cinema de Arquitetura, uma programação bastante interessada na dimensão humana ante a urbanidade será disponibilizada por meio de iniciativa do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). O acesso é on-line e gratuito. “Há filmes que mostram arquitetos e obras, inspiradas pela generosidade e pela simplicidade, sob o enfoque das pessoas que ocupam as cidades”, explica a diretora do evento, Liz Sandoval, urbanista e arquiteta.
Como exemplos, ela ressalta Tudo é projeto, título em torno do celebrado arquiteto Paulo Mendes da Rocha (atração de hoje, às 18h30, pela internet , e dobradinha A cidade de Portas e Konder: o protagonismo da simplicidade, respectivamente, sobre Nuno Portas e Marcos Konder Netto, ambos arquitetos. Além do canal no YouTube, a plataforma innSaei.TV acolherá o evento (a partir da terceira semana de programação).
“Podemos dizer que os filmes mostram as pessoas como propulsoras de inovações”, destaca Liz, que aponta atrativos de haver filmes recentes, capazes de acalentar painéis e debates atuais. O viés humano desponta em Aeroporto Central (de Karim Aïnouz), que retrata o aeroporto de Berlim transformado em um abrigo de refugiados, e está presente também no longa equatoriano La ultima teja, que mostra o ritual de comemoração da cobertura de uma casa com telhas de barro cozidas.
Desapropriações, manifestações, movimentos de luta por moradia e contra os despejos violentos também são bússolas temáticas. Exemplos estão nos longas O que vai acontecer aqui? (de Portugal) e Guanzhou, a new era (da China). “O engajamento social é presente em quase todos os filmes, pois a arquitetura é habitada, construída e filmada por pessoas”, detecta Liz Sandoval.
Brasília é das cidades que se aproximam, mesmo com diferenciais locais e culturais, de algumas projeções arquitetônicas mundiais. “A arquitetura retratada no filme Brisa solar mostra como as soluções de adaptação ao clima deram formas e uma nova linguagem ao modernismo em Maputo (capital de Moçambique). Da mesma forma, nas duas capitais, a arquitetura modernista serviu como instrumento da criação de uma identidade nacional”, destaca Liz.
A problematização da relação homem x edificações pretende conjugar reflexões com “emoção, sensibilidade e encantamento”, segundo Liz Sandoval. Daí, a opção por adequar títulos com grande apelo cinematográfico a exibições ao ar livre. As sessões Jardins CCBB terão atrações como Galeno, curumim arteiro, de Marcelo Díaz (em 22 de agosto, às 18h15); que antecederá a exibição de Uma máquina para habitar (às 20h30), uma experiência sensorial sobre o dia a dia na capital.
Cinema Urbana — Mostra Internacional de Cinema de arquitetura
De hoje a 5 de setembro. Cinema e Jardins do CCBB. Na plataforma InnSaei.TV e no canal www.youtube.com/c/MostraCinemaUrbana. Informações: 3108-7600.