O álbum Samba candango é o resultado da parceria entre o Instituto Rosa dos Ventos e o sambista Breno Alves com a reunião de 50 participantes, entre vocalistas, compositores, arranjadores, intérpretes e instrumentistas. O disco apresenta 14 faixas, disponibilizadas nas principais plataformas de streaming, desde sexta-feira. Além disso, para completar a experiência, um álbum visual será lançado em 7 de agosto.
“Trazer esse conceito profundo do samba e mostrar a quantidade e qualidade dos compositores e artistas da cidade é de extrema importância para um momento tão ímpar da descoberta de Brasília como uma potência criativa, poética e cultural”, diz a presidente do Instituto Rosa dos Ventos, Stéffanie Oliveira.
A proposta do roteiro do álbum visual é apresentar a jornada de Breno Alves pelos territórios de três rainhas da cultura afro-brasileira. São elas a rapper Rebeca Reallezza e a beleza das ruas do Sol Nascente, a Mestra Martinha do Coco e os encantos do Paranoá, além de Adna Santos, mais conhecida como Mãe Baiana de Oyá, e as riquezas do terreiro Ilê Axé Oyá Bagan. Tudo isso em um cenário abrilhantado pelas danças do Coco e de Oxum.
“O álbum visual foi incrível. Gravamos três músicas que são fortes e que mostram bem o samba candango na sua essência, trazendo o ritmo do samba autêntico, mas também outras linguagens importantes que ajudaram a construir o gênero”, explica o sambista Breno Alves. “Quem assistir vai ficar emocionado, porque a gente conseguiu transmitir o que a música pede e exatamente o que é o samba brasiliense”, promete.
O disco aposta na diversidade de vertentes do samba para representar a riqueza dos artistas da capital, além de trazer a essência da ancestralidade presente no ritmo. Por isso, mestres, mestras e brincantes que são referências no DF foram convidados a participar do projeto. Entre eles estão Jongo do Cerrado, Mestra Martinha do Coco, Tereza Lopes, Mãe Baiana, Larissa Umaitá, Mestre Gilvan do Vale e Mestra Tamá do tradicional Bumba Meu Boi de Mestre Teodoro. “Os convidados foram escolhidos pela profunda relação com os movimentos culturais da cidade e por toda a história de construção poética e musical com ela”, explica Stéffanie Oliveira.
Uma das canções presentes no álbum, Baobá, abre a discussão sobre intolerância religiosa ao falar sobre terreiros incendiados por intolerantes. A intérprete e grande representante do samba brasiliense Tereza Lopes participa da canção com Mãe Baiana, que teve o seu terreiro incendiado em 2015. “As culturas tradicionais de matrizes africanas são fortes em Brasília, são mais de 200 terreiros mapeados e muitos outros ainda não mapeados. É inegável essa força dentro do nosso samba”, aponta Stéffanie Oliveira.
*Estagiária sob a supervisão e José Carlos Vieira
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