LITERATURA

Dramaturgo James Fensterseifer lança livro 'O labirinto sem fio de Dédalo'

Autor participará de uma tarde de autógrafos no próximo sábado, 4, no Sebinho, na SCLN 406, Bl. C, loja 44. A obra é prefaciada por Alexandre Ribondi.

Ricardo Daehn
postado em 24/08/2021 06:00
James Fensterseifer: às voltas com mitos gregos, em 'O labirinto sem fio de Dédalo' -  (crédito: Adla Marques/Divulgação)
James Fensterseifer: às voltas com mitos gregos, em 'O labirinto sem fio de Dédalo' - (crédito: Adla Marques/Divulgação)

A estreia da montagem trágica Medeia — A neta do sol, em 2020, colocou o dramaturgo James Fensterseifer em contato com a adaptação da peça de Eurípedes, mergulhado num universo de mitos gregos com os quais tinha intimidade, entre muitas leituras e peças assistidas. O trabalho nos palcos, pouco antes do estouro da pandemia, precedeu a coletânea de textos teatrais Dramaturgia em isolamento (escritos dos alunos, organizados por James).

Depois de publicar, pelo Clube de Autores, o livro Carne viva (dime novel), o dramaturgo está às vésperas do lançamento de O labirinto sem fio de Dédalo, publicado em iniciativa pela Companhia Brasilienses de Teatro, com tarde de autógrafos (entre as 16h e às 19h do próximo sábado), no Sebinho (SCLN 406, Bl. C, loja 44). A obra é prefaciada por Alexandre Ribondi.

Mesmo com o feito, James Fensterseifer lamenta a falta de intensidade de publicações no segmento dramatúrgico. “Temos bons autores que escrevem ótimas peças, mas não se arriscam tanto em lançamento como publicação. Já é um belo sacrifício encenar uma peça com seus percalços. Nosso autor dramatúrgico mais profícuo é o Alexandre Ribondi, porém ele tem se dedicado mais a publicar prosa”, observa.

Estudos, referências e ficção nutriram O labirinto sem fio de Dédalo. “Como empreguei vários elementos que são considerados, tanto pela literatura quanto pelos historiadores, fatos e criei uma história de ficção, acho que ocorreu um equilíbrio na carga”, pontua.

Arquiteto, inventor e agente que impulsionou muitos mitos gregos, Dédalo suscita, em James Fensterseifer, a analogia entre o personagem e cientistas que empreenderam grandes e positivas descobertas para a humanidade, porém dentro do segmento bélico. “Dédalo é um cara obstinado, compelido por dois combustíveis: a curiosidade científica, que impulsiona seu intelecto criativo a realizar grandes feitos, e a vaidade de ser reconhecido, que minimiza, um pouco, o que há de edificador em suas criações”, adianta o escritor.

Jornadas

A jornada do Minotauro (o homem-touro grego concebido em Creta) registrada na publicação é um dos pontos de acesso para camadas de enredos que alcançam Pasífae, a progenitora do Minotauro; Ariadne (amada do heroico Teseu, incumbido da morte do Minotauro) e Ícaro, filho de Dédalo e famoso pela fuga do labirinto, a partir de aparato alado.

Visto como responsável por julgamentos e condenações, no texto de A divina comédia, Minos, o filho de Zeus e rei de Creta, também é fundamental no entendimento da criação do labirinto, explorado de forma intuitiva na literatura de James Fensterseifer. Tecendo jornadas encerradas, entre outros, pela princesa Ariadne, filha de Minos e Pasífae, James se ampara no desenvolvimento do engenhoso Dédalo, criador de excentricidades como a armadura (em forma de vaca) que possibilitou a cópula entre Pasífae e o touro, num ato que deu vida ao Minotauro.

O labirinto sem fio de Dédalo

De James Fensterseifer. Editado pela Companhia Brasilienses de Teatro, 81 páginas. Tarde de autógrafos, no lançamento, dia 28 de agosto, das 16h as 19h, no Sebinho (SCLN 406,
Bl. C, loja 44). Preço: R$ 50.

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