Diversão e Arte

O que se sabe sobre acusações contra Bob Dylan, que nega ter abusado de menina em 1965

Dylan teria "se aproveitado de seu status de músico para dar (a ela) álcool e drogas e abusar dela sexualmente múltiplas vezes", também com ameaça de violência física

BBC
BBC Geral
postado em 17/08/2021 19:52
Bob Dylan em foto de arquivo
Reuters
Dylan em foto de arquivo: mulher acusa-o de abuso sexual quando ela tinha 12 anos, o que ele negou ter acontecido.

O cantor e compositor americano Bob Dylan está sendo processado por uma mulher que alega ter sido abusada sexualmente por ele em 1965, quando ela tinha 12 anos - acusação que ele nega.

Segundo o processo judicial, Dylan teria "se aproveitado de seu status de músico para dar (a ela) álcool e drogas e abusar dela sexualmente múltiplas vezes", também com ameaça de violência física.

Um porta-voz do cantor disse à BBC que "essa alegação de 56 anos atrás é falsa e será combatida vigorosamente".

A mulher, que hoje tem 68 anos e mora no Estado americano de Connecticut, é identificada apenas pelas iniciais JC.

O processo afirma que o abuso ocorreu no apartamento de Dylan no Hotel Chelsea, em Nova York, durante um período de seis semanas, entre abril e maio de 1965.

Porém, do final de abril a 10 de maio, Dylan estava no Reino Unido, em uma turnê que foi documentada no filme A Caminho do Leste, de 1967. Segundo a cronologia A Life in Stolen Moments, feita por Clinton Heylin a respeito da trajetória de Dylan, o cantor passou nesse período pelo Reino Unido, França e Portugal, até o início de junho.

Bob Dylan em 1965
BBC
Dylan se firmou na cena musical em 1965

O processo judicial acusa Dylan, hoje com 80 anos, de abuso, agressão, falso encarceramento e imposição de estresse emocional, alegando que o caso provocou "severo dano psicológico e trauma emocional". A acusação pede uma compensação (não especificada) em um julgamento com júri.

Segundo JC, Dylan promoveu "atos predatórios, sexuais e ilegais" de modo "intencional e sem o consentimento dela".

A acusação afirma que ela sofreu em decorrência disso "grave abalo mental, angústia, humilhação e vergonha, além de perdas econômicas".

O processo judicial foi protocolado na sexta-feira (13/8) na Corte Suprema de Nova York, sob a Lei de Vítimas Infantis. A queixa foi submetida um dia antes do fim de uma janela legal em Nova York - um prazo-limite para se pedir reparação por supostos abusos de longa data.

Dylan, cujo nome de batismo é Robert Allen Zimmerman, já vendeu mais de 125 milhões de álbuns no mundo ao longo de uma carreira de seis décadas. Também detém um Prêmio Nobel de Literatura.


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