Festival de Gramado

Festival de Gramado começa nesta sexta (13/8), nas plataformas

Festival de Gramado exibe filmes nacionais com teor crítico, a partir desta sexta (13/8). Programação reúne títulos nacionais e estrangeiros, e segue até sábado (21/8)

Ricardo Daehn
postado em 13/08/2021 11:37 / atualizado em 13/08/2021 13:21
O filme 'A suspeita', com Glória Pires marca a estreia do diretor Pedro Peregrino -  (crédito: Desiree do Valle/ Divulgação)
O filme 'A suspeita', com Glória Pires marca a estreia do diretor Pedro Peregrino - (crédito: Desiree do Valle/ Divulgação)

Há uma semana das estreias nas salas de cinema, o longa-metragem carioca de Vinícius Reis, Homem onça desponta amanhã na mostra competitiva do 49º Festival de Cinema de Gramado, afiando o tom crítico dos filmes selecionados para o evento que segue até dia 21 de agosto, data da premiação. "O filme trata de época, na segunda metade dos anos de 1990, na era das privatizações, quando nossas riquezas estavam à venda, e a gente vê isso tudo acontecer de novo, agora — talvez de maneira mais violenta e radical", aponta Vinícius ao falar do filme já exibido na Índia e na Argentina. Com "tristeza no coração" de presenciar a situação brasileira, o diretor pretende ver o público pensar nos trabalhadores, nas nossas riquezas e na nossa soberania", como reforça.


O tradicional festival, quase cinquentão, abre nesta sexta (13/8), com visibilidade tanto na internet quanto em exibições especiais do Canal Brasil. O primeiro filme nacional traz uma figura emblemática para a tela grande e a telinha de tevê: Glória Pires. Ela estrela A suspeita, de Pedro Peregrino, um longa-metragem que fala da negociação de drogas e revela bastidores das investigações da Polícia Civil carioca, ao mesmo tempo em que expõe o processo de aposentadoria da agente por causa do diagnóstico de Alzheimer. O argumento do filme foi desenvolvido pelo cientista político Luiz Eduardo Soares. Genésio de Barros, Paulo Vespúcio, Gustavo Machado e Bukassa Kabengele.

Janela ampliada

"Com o festival sendo transmitido pela tevê, o maior desafio está em aproveitar a oportunidade de divulgação do nosso trabalho que essa janela possibilita. Outro desafio é engajar as pessoas para que assistam aos filmes. Há muitas interferências e demandas de atenção em casa, sendo que num evento presencial o envolvimento do público é maior", comenta outra competidora na seleção de Gramado, a diretora Cristiane Oliveira, que exibirá A primeira morte de Joana, no evento que, sempre às 21h30, traz exibição dos filmes, pelo Canal Brasil. No filme, uma adolescente desvenda sucessivos familiares acobertados no Sul do Brasil.

Parentes, por sinal, puxam as tramas de outros dois longas da competitiva: O novelo (atração de amanhã), que acompanha um núcleo familiar negro, e Álbum em família, que vem embalado pelo ajuste de peça de Nelson Rodrigues para o mundo pandêmico. "Faz todo sentido participar remotamente de Gramado com um filme que foi feito sem que ninguém se encontrasse. Estar no festival sempre foi um sonho e é inspirador ver como o evento resiste da forma que é possível. Assim como nós, apesar da pandemia, da impossibilidade de estar juntos e de um governo que odeia cultura porque sabe do poder transformador dela, conseguimos realizar um filme", celebra o diretor Daniel Belmonte, de Álbum em família.

Claudia Pinheiro, de O novelo, centrado em memórias afetivas de irmãos, comenta o fato de integrar a seleção." Um evento deste porte nos dá a oportunidade de mostrar um Brasil real e plural, retratando uma família brasileira, nada mais. Artista não é negra ou negro, é artista e ponto final", observa.

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