O nome do diretor de cinema Tom McGrath parece intimamente ligado ao sucesso, à frente de fenômenos como Madagascar e Megamente. Há quase quatro anos, ele, que integra franquias da telona na faixa de US$ 3 bilhões de rendimento em bilheterias, assinou O Poderoso Chefinho, que retorna aos cinemas com um complemento no título: Negócios da família. Na primeira empreitada, o filme de McGrath chegou a disputar o Oscar de melhor animação.
Pela sexta vez, parceiro da DreamWorks Animation, McGrath conta com a produção assinada por Jeff Hermann (de Kung Fu Panda 3). O roteiro de Michael McCullers (de Uma mãe para meu bebê, com Tina Fey) investe numa falsa guinada: aposta na expansão de horizontes dos distanciados irmãos Ted e Tim, crescidos sem muita afetividade. O futuro adulto de ambos leva a uma escondida solução para os problemas pessoais, entretanto.
A família crescida de Tim (James Marsden, na dublagem), que segue morando na mesma casa de infância dos antepassados, traz duas surpresas: Tabitha, a filha muito inteligente, aos 7 anos, e o bebê Tina. CEO de um fundo de investimentos, Ted (na voz de Alec Baldwin) é um tio que encanta, em especial, Tabitha. Na agitada vida corporativa, Ted, por vezes, visita as sobrinhas; a mais velha uma garota prodígio no Centro Acorn para Crianças Superdotadas, e a mais nova, uma enorme revelação, quando assume ser uma agente ultrassecreta da Baby Corp.
Tendo por mote central o valor positivo do reatar relações familiares revitalizadas, O Poderoso Chefinho 2: Negócios da família chega à telona com a responsabilidade de um antecessor capaz de render US$ 500 milhões em vendas de ingressos. Entre bebês e pré-adolescentes, os personagens também encaram um problema bem contemporâneo, que reside na criação da família e no trato complementar de aprendizado na escola.
Tabitha tem o que ensinar até mesmo ao pai, ao fazê-lo recobrar valores da infância. Mas, nas mudanças de curso da vida, Tim e Ted acabam por se reunirem, a partir de descobertas de métodos extremos do fundador Dr. Armstrong (do Centro Acorn), detido no propósito de ensinar bebês a defenderem os piores defeitos. Assim, surgem tipos mirins assustadores, demoníacos, em versões variadas que vão de ninjas a nerds.
Outras estreias
Mesmo passados nove anos desde que o roteiro original do novo filme de Marcelo Saback, Dois + Dois, tenha sido criado, e gerado a maior bilheteria de filme argentino em 2012, o tema segue com carga polêmica: a prática de swing. Partidários do “intercâmbio de casais”, Ricardo e Bettina, vividos por Marcelo Laham e Roberta Rodrigues, tentam convencer os amigos e celebridades Diogo e Emília, respectivamente, Marcelo Serrado e Carol Castro, às trocas de prazeres. Tudo resulta numa nova comédia nacional.
Autor de roteiros de filmes nacionais como De pernas pro ar e S.O.S. Mulheres ao mar, Marcelo Saback apimenta com o tempero brasileiro a sempre quente história de amor e sexo. Desde já, fica clássico o bordão dos personagens: “Quem não sabe brincar que não desça para o play”. Confira a entrevista do Correio com a atriz Carol Castro.
» Três perguntas / Carol Castro, do filme Dois+Dois
Os tipos de personagens que você tem vivido no cinema são
mulheres mais descoladas, a exemplo de Veneza. Como
percebe essa nova fase?
Eu diria que é um reflexo da libertação do feminino. As mulheres estão cada vez mais com voz e espaço para fazer, ser, dizer e usar o que quiser. É um verdadeiro privilégio poder retratar mulheres fortes e donas de si.
Onde está o diferencial da proposta feita pelo diretor brasileiro Marcelo Saback?
Saback foi genial na adaptação (do original argentino) porque fugiu completamente do que poderia cair no óbvio tratando-se de um assunto que já é por si só “polêmico” e trazendo leveza junto com questionamentos necessários que abordam o tema. Além de trazer para realidade brasileira as piadas, os trocadilhos e as situações.
O que você faz com o
“julgamento” de pessoas mais conservadoras que podem vir a contestar o conteúdo do filme?
Eu não me preocupo com isso. Acredito que o filme, inclusive, surpreenderá muita gente, como as gerações “cringe”, que talvez se sintam um pouco incomodadas por não estarem acostumadas com essa liberdade sexual, por não terem sido criados assim. Nossos pais e avós receberam uma educação muito rígida e limitada. Eram outros tempos. Os jovens de hoje em dia têm menos preconceitos. Lidam de forma diferente com a sexualidade. Quem sabe o filme ajude a fazer pensar e aceitar, mesmo que seja uma realidade que não seja a sua. Como o meu caso, por exemplo. Não sou adepta, mas respeito e não julgo. Não é porque você não aceita ou não compreende, que não tenha que respeitar. As pessoas são livres para fazerem o que bem quiserem das suas vidas. Se são felizes assim: que ótimo!
» Mais lançamentos
O homem nas trevas 2
Terror com bases no suspense, o filme é dirigido por Rodolfo Sayagues e conta de um personagem cego que inferniza quem ousar invadir a casa dele. O ator Stephen Lang estrela, no papel de Norman.
Cavalo
Rafhael Barbosa e Werner Salles assinam o documentário nacional em que sete dançarinos são desafiados ao contato com a ancestralidade.
Luana Muniz — Filha da lua
Longa documental dirigido por Ryan Córdova e Leonardo Menezes, revela a vida da travesti conhecida por ser a Rainha da Lapa. Sexo, violência e prostituição cercam a trajetória dela, que foi presidente da Associação de Travestis do Rio de Janeiro. Prêmio no Impact Docs Awards (Califórnia).
O empregado e o patrão
Manuel Nieto Zas, diretor uruguaio, conduz o enredo que une em coprodução Brasil, Argentina e França. Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, mostra personagens crianças acirrando os impactos do abismo social existente entre família dos Pampas da América do Sul.
O labirinto
Baseado em livro de Donato Carrisi (diretor também, e responsável por A garota da névoa), é estrelado por Toni Sevillo e Dustin Hoffman. Na trama, investigador particular e médico tentam desvendar etapas do sequestro de uma paciente em choque,
por anos.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.