Música

Billie Eilish canta a vida real no disco ‘Happier than ever’

O segundo álbum da artista apresenta 16 faixas que passam por uma diversidade de temas e ritmos. No novo trabalho, é possível enxergar uma Billie mais madura e com os pés no chão.

Fernanda Gouveia*
postado em 30/07/2021 15:29 / atualizado em 30/07/2021 15:31
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

O tão aguardado segundo álbum da carreira de Billie Eilish chegou às plataformas digitais nesta sexta-feira (30/7). Depois de emplacar diversos sucessos e fazer história no Grammy de 2020 com o disco de estreia, When we all fall asleep, where do we go?, Billie entrega Happier than ever, um novo trabalho mais maduro, novamente produzido ao lado do irmão Finneas, com composições que retratam sentimentos da vida real da artista e que se distanciam da adolescência.

Enquanto no primeiro álbum Billie cantou os pesadelos de sua mente criativa e fantasiosa, agora, com 19 anos, a artista traz músicas sobre traumas da vida real, como o relacionamento abusivo que teve com o rapper Brandon Adams, quando ele tinha 22 e ela, 16. A canção que mais fala diretamente sobre o assunto é Your power, lançada como single em abril deste ano.

"Pensei que eu fosse especial. Você me fez sentir como se a culpa fosse minha, você foi cruel, perdeu seu encanto. Isso te mantém no controle? Deixá-la em uma jaula?", canta Billie Eilish na música. Confira o videoclipe:

Assim como em Your power, outras canções do álbum apresentam a temática do abuso de alguma forma. Como em Getting older, faixa que abre o disco e que possui uma melodia suave com uma letra ácida sobre o lado obscuro da fama. A música que dá nome ao álbum, Happier than ever, também fala sobre o tema, mas com um tom de libertação da artista. “Essa é a canção mais terapêutica que eu já escrevi. Eu gritei os meus pulmões quando a gravei, eu queria tirar esses gritos de mim há muito tempo”, escreveu Billie Eilish na explicação de cada faixa no Spotify.

De fato, Happier than ever representa o clímax do álbum, com uma mudança de ritmo surpreendente, ao começar com um calmo ukulele e passar para guitarras saturadas e com gritos ao fundo como uma forma de explodir as emoções guardadas dentro de si por tanto tempo. O clipe, dirigido pela própria Billie Eilish, também foi lançado nesta sexta-feira (30/7). Assista:

Influência da música brasileira

Antes de lançar o álbum Happier than ever, Billie Eilish divulgou a tracklist do novo trabalho. Entre as 16 músicas, lá estava Billie bossa nova. Imediatamente, os fãs do Brasil relembraram nas redes sociais quando a cantora revelou ser fã da música brasileira, especialmente dos cantores Astrud Gilberto e Tim Maia.

Em entrevista à revista francesa Madame Figaro, Billie disse que usou referências diversas para as canções de Happier than ever. “É muito influenciado por Frank Sinatra, Julie London, que faço reverências quando ela canta Cry me a river. E a versão de Audrey Hepburn de Moon river. Também é inspirado na bossa nova de Tom Jobim. Todo esse mundo musical que existiu antes de mim e que nos deixou uma herança maravilhosa”, comentou a artista. Assim, Billie bossa nova é uma bossa simples com tons eletrônicos. O ritmo acompanha a letra sobre uma fantasia amorosa de um romance secreto.

A verdade cantada

Com o álbum Happier than ever, é possível perceber a intenção de Billie Eilish de simplesmente lançar músicas sobre as suas verdadeiras emoções. Talvez o novo disco não tenha tantas músicas características de se tornarem grandes hits nas rádios como em When we all fall asleep, where do we go?, mas definitivamente mostra um trabalho rico em ritmos, melodias e composições da artista, que passa pela transição entre a adolescência e a vida adulta.

Assuntos como amor, aceitação do próprio corpo, sensualidade, críticas à fama e reflexões sobre a vida estão presentes, e passam por tons de otimismo, como na canção My future, até o desespero e a raiva. Assim, a diversidade de temas comprova a vontade da artista de finalmente colocar tudo isso para o mundo, como ela mesma encerra na canção Getting older: “Eu tive alguns traumas, fiz coisas que eu não queria. Tive muito medo de te contar, mas agora, acho que está na hora”.

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