Vocalista da banda de rock Scalene, o músico brasiliense Gustavo Bertoni acaba de lançar mais um álbum solo, o EP A more translucent haze. Desde 2015, o cantor concilia as atividades do grupo com a carreira autoral. O trabalho rendeu um álbum com duas faixas inéditas e outras duas já conhecidas pelo público. De acordo com ele, canções que estavam guardadas na gaveta e que tomaram forma neste momento de pandemia. A obra já está disponível nas plataformas digitais.
O EP mistura melancolia, otimismo e um sentido de coletividade, como é sugerido em Old ghosts, new skin, single lançado no início de junho, com produção assinada por Apeles, que também compôs, ao lado de Gustavo, a canção Ricochet, lançada ainda em janeiro.
Bertoni explica que o A more translucent haze é uma síntese da sonoridade com a qual vem trabalhado ao longo da carreira, principalmente no último álbum, The fine line between loneliness and solitude (2020), mas atualizado com ideias mais recentes represadas. A faixa inédita Moon bath quase entrou para a tracklist do projeto anterior. “Ainda não sei o que vem aí pela frente, mas já tenho muitas composições”, antecipa o artista.
Produzida por Lucas Mayer, fechando o EP, River dry é uma composição feita num contexto mais caseiro e pautado no protagonismo do cantor e de seu violão, conferindo aos fãs uma audição ainda mais fresca e íntima dentro do repertório do novo trabalho.
Trajetória
Ainda em 2015, Gustavo Bertoni lançou seu primeiro álbum, o The pilgrim. Na sequência, vieram mais dois: Where lights pours in, de 2018, e o The fine line between loneliness and solitude, projetos que não o impediram de seguir paralelamente como integrante fixo da banda de rock Scalene.
Tocando desde 2009, o grupo ganhou mais visibilidade após se apresentar no festival Lollapalooza de 2015, e chegar ao segundo lugar do reality show Superstar, da Globo, no mesmo ano, quando também foi assinado o contrato com o Slap, selo da Som Livre. “Scalene ainda está acontecendo e me satisfaz muito. Ainda tenho muito trabalho pela frente com a banda”, declara.
Nascido em Brasília, ele relata que sempre sentiu vontade de exportar a cultura da cidade para o eixo cultural Rio-São Paulo. “Brasília é uma cidade de muitos padrões e acabei me sentindo compelido a ir contra esses enquadramentos. Isso me forçou a ir em busca do que realmente eu sou e quebrar esses padrões”, avalia.
Em abril deste ano, Bertoni presenteou os fãs com a canção Como queria te deixar entrar, uma parceria com a cantora paulistana Giovanna Moraes. Trata-se da primeira vez que Gustavo cantou em português na sua carreira solo.
Perguntado sobre o porquê de lançar, quase na totalidade, composições em inglês, o cantor fala que sempre foi muito natural escrever canções na língua estrangeira. “Eu posso fazer músicas em inglês e ainda assim ser uma obra com mais brasilidade do que muitas músicas em português que buscam se encaixar mais no padrão de sonoridade norte-americana”, avalia o artista.
*Estagiário sob a supervisão de Juliana Oliveira
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.