Estreia de Viúva Negra consolida a aposta do estúdios no protagonismo feminino

Com o lançamento de Viúva Negra, o Correio faz uma viagem pela história das super-heroínas do cinema e da televisão

Millena Brasil* - Pedro Ibarra*
postado em 08/07/2021 06:00
 Scarlett Johansson é a espiã russa Natasha Romanoff no filme solo da Viúva Negra -  (crédito: Jay Maidment/Divulgação)
Scarlett Johansson é a espiã russa Natasha Romanoff no filme solo da Viúva Negra - (crédito: Jay Maidment/Divulgação)

O longa Viúva Negra estreia nos cinemas hoje com a primeira história solo de uma das heroínas que integra a liga de Os Vingadores. Conhecida do público que acompanha o universo Marvel, o lançamento tem lastro no sucesso de bilheteria da saga. O enredo tem como fio condutor o passado da personagem de Scarlett Johansson — a espiã russa Natasha Romanoff. Para os produtores, o novo filme é como uma retratação com a vingadora que sempre mereceu uma abordagem própria.

O filme tem a grandeza que a protagonista merece, mas também mostra facetas ainda não muito exploradas para o grande público. Para os fãs da humana que luta ao lado e contra seres com poderes extraordinários, o Correio traz um pouco mais do que se pode esperar da produção pelas impressões da atriz Rachel Weisz, que interpreta Melina Vostokoff, importante elemento da trama, por meio da entrevista cedida pela Disney.

“Ela não é bem uma super-heroína, ela é um ser humano que é mortal”, explica Rachel Weisz. “Natasha é formidável, vulnerável e emotiva. Ela tem necessidades emocionais ao mesmo tempo que é uma assassina, espiã e especialista em artes marciais altamente treinada”, pontua sobre a Viúva Negra que está representada no longa.

Vencedora do Oscar de Melhor atriz coadjuvante por O jardineiro fiel, em 2005, Rachel sabe que não entra apenas para o elenco de mais um filme, mas passa a integrar o Universo Cinematográfico Marvel (MCU). “Tem sido uma honra me juntar a eles”, comenta sobre o processo. “São verdadeiros contadores de história, apaixonados pela mitologia dos próprios enredos e do próprio universo”.

A atriz lembra que aceitou o papel por querer trabalhar com a diretora Cate Shortland e que o elenco composto por David Harbour e Florence Pugh também a seduziu para o projeto. A personagem Melina, uma espiã que viveu uma vida dupla por anos, é uma peça muito complexa que também agradou Weisz. “Eu acho que uma vez que ela descobriu a felicidade e o amor, ela não queria mais voltar a ser espiã, mas precisava. Acredito que o coração dela endureceu depois disso. Ela se tornou dura e talvez um pouco azeda”, analisa a atriz sobre a personagem que interpreta.

Girl Power: as superpoderosas do cinema

Nos anos 1980 e 1990, as heroínas começaram a fazer parte do imaginário da cultura pop. O surgimento das narrativas femininas inspirou a criação de grande parte das superpoderosas conhecidas hoje. Também foi a partir da construção de novos arquétipos que os enredos atuais puderam explorar temas como aceitação, diversidade e ruptura dos padrões. Aproveitando o debate que este lançamento acende, o Correio também preparou uma lista com algumas heroínas que ajudam a construir o protagonismo das mulheres nas histórias de seres superpoderosos.

*Estagiários sob a supervisão de Juliana Oliveira

 

She-Ra
• Alter ego de Adora, a irmã gêmea do He-Man, ganhou a sua primeira representação em 1985. Sob a honra de Grayskull, a antiga She-Ra se mostra como uma heroína valente, apesar de ter a sua figura quase sempre associada ao Príncipe Adam e carregada de sex appeal. Mais recentemente, a personagem ganhou uma série de animação da Netflix com a DreamWorks: She-Ra e as Princesas do Poder (2018). Nessa versão, Adora é uma adolescente moderna, independente e que entre muitas aventuras também precisa lidar com os próprios sentimentos e as questões do mundo atual. Desenvolvida por uma mulher, a série entrega variedade na representação dos personagens, além da quebra de estereótipos no que diz respeito à rivalidade feminina.

 

Mulher Elástica
•Ícone da Geração Z, Helena Pêra, de Os Incríveis (2004), se divide entre as funções de supermãe e super-heroína. Muito determinada e corajosa, a Mulher Elástica teve a chance de mostrar o seu protagonismo e a sua importância em Os Incríveis 2 (2018). Após muita espera, a Pixar optou por desenvolver a sequência focada na heroína. No longa, Helena sai em uma missão enquanto o Sr. Incrível tenta lidar com os problemas da casa. O resultado gerou um importante debate sobre a inversão dos papéis de gênero. “Ela descobre que sente um certo êxtase em recuperar sua persona como super-heroína, ao mesmo tempo, ela é mãe e adora ser uma. É como uma celebração desse trabalho, contou a atriz Holly Hunter (voz da Mulher Elástica), antes do lançamento.

 

Mulher-Maravilha
• A pioneira Diana Prince apareceu nos quadrinhos da All Star Comics em 1941, sendo a primeira grande heroína em meio a tantas figuras masculinas que já existiam neste cenário. Tratando-se de uma época conservadora, a história da Mulher-Maravilha perpetuou muitas reviravoltas, mudanças e descontinuações. Em Batman vs. Superman: A origem da justiça (2016), uma Diana muito mais confiante é representada, tornando-se um nome de peso dentro do movimento feminino. Desde então, a Mulher-Maravilha, interpretada por Gal Gadot, tem inspirado e empoderado mulheres reais ao redor do globo. Sob a direção de Patty Jenkins, a heroína conquistou dois filmes solos, o último lançado em 2020. Gadot retornará em um terceiro longa já oficializado pela Warner.

 

Capitã Marvel
• Com mais de 50 anos de existência, Carol Danvers é uma das personagens mais poderosas dos quadrinhos norte-americanos. Em 2019, ganhou uma produção solo de sucesso nas bilheterias mundiais. Protagonizada por Brie Larson, a Capitã Marvel soube se aprofundar em pautas como sororidade e o empoderamento feminino com muita eficácia. Um filme significativo por ter como diretora Anna Boden, a primeira mulher a dirigir um filme do estúdio e Nicole Perlman, a primeira mulher a escrever um longa do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). O filme também contou com a presença de figuras como Monica Rambeau, super-heroína dos quadrinhos americanos, que teve aparição no recente lançamento da Disney+, WandaVision (2021).

 

Próximos lançamentos
• Além de Viúva Negra, a personagem Miss Marvel também vai ocupar as telonas com a estreia de The Marvels, em 2022. O filme será uma sequência de Capitã Marvel (2019) e será dirigido por Nia DaCosta, a primeira mulher negra por trás de um filme dos Estúdios Marvel. Já o novo longa de Thor vai introduzir Natalie Portman como a Poderosa Thor, substituta do Deus do Trovão e terá ainda a volta da atriz Tessa Thompson, como Valquíria. Parte da fase quatro (lançamentos de 2021 até 2023) do universo Marvel, Thor: Amor e trovão chega aos cinemas em 2022. Entre as séries, está marcada para 2022 a estreia de She-Hulk, criada por Jessica Gao e protagonizada por Tatiana Maslany.


Serviço
Além da estreia nas salas de cinema, Viúva Negra chega ao Premier Access da Disney Plus, espaço de aluguel de filmes da plataforma no valor de R$ 69,90.

 

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    Kevin Winter/AFP - 21/7/19 Foto: Reprodução da Internet
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