Novo livro da escritora Maria Félix Fontele, O barulho, o silêncio e a solidão de Deus tem lançamento marcado para hoje, em live no Instagram da editora Confraria do Vento, a partir das 19h. O evento on-line terá as participações dos escritores Ana Maria Lopes, autora do prefácio do livro, e Marcos Fabrício Lopes da Silva, professor e crítico literário.
Reflexiva e provocadora, a obra traz mais de 40 crônicas que mesclam fragmentos de memórias da autora e ficção. São histórias que dão vazão a sentimentos que são comuns a todos nós. “Mas sem cair no pieguismo e nos clichês da autoajuda”, adianta Maria Félix. “São histórias comuns que podem ser identificadas pelas pessoas. E tudo com o humor na medida necessária para abordar assuntos duros com leveza, como a morte de um ente querido ou a traição de um marido”, explica.
A leitura da obra é um cativante convite à sensibilidade, a partir de fragmentos do abstrato, das dinâmicas da natureza e dos detalhes do cotidiano, e possibilitam poderosos insights que nos tiram do lugar-comum. “São histórias que ficam martelando na cabeça e que anseiam pela concretude da escrita”, destaca. Essas histórias “são contadas com amor e pitadinhas de humor, às vezes frutos de uma audição, talvez a que vem da plena, satisfatória e inalcançável solidão de Deus”, diz, na apresentação do livro ao leitor.
Interesse
A reflexão que permeia as crônicas ganha um significado ainda mais profundo, por causa do momento de pandemia que assola o planeta. “Hoje, mais do que nunca, Deus está sendo usado de maneira utilitarista, sendo apenas um instrumento de interesse das pessoas, para o bem e para o mal”, reflete Maria.
A primeira crônica do livro e que dá o nome à obra é uma reflexão sobre nossa comunicação com o Todo-Poderoso. “Prefiro me comunicar com Deus em silêncio. Tento atravessar aquela zona em que chegamos a alcançar um pouco da quietude. Também economizo nos rogos e peditórios, certa de que não devo incomodar o Eterno com coisas vãs e fúteis. Só mesmo as justíssimas causas”, diz a crônica. Apesar de ser uma obra cheia de reflexões e considerações sobre o cotidiano e as histórias que nos cercam, ela não tem a pretensão de enveredar pela filosofia ou pela religião.
Não é a primeira publicação literária de Maria Félix. Em 2018, ela lançou o livro de poemas Versos que me habitam, também pela Confraria do Vento. “Comecei a publicar mesmo depois do advento das redes sociais, onde posto poemas e crônicas para os meus seguidores”, detalha.
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira