OBITUÁRIO

Aos 80 anos, morre Zé de Vina, mestre mamulengueiro da 1ª geração

O artista popular pernambucano sofreu um infarto fulminante na madrugada desta quarta-feira (16/6). Ele foi um dos nomes mais influentes na difusão da arte e técnica do mamulengo em todo o país

Último mestre mamulengueiro, José Severino dos Santos, mais conhecido como Zé de Vina, morreu na madrugada desta quarta-feira (16/6), vítima de um infarto fulminante. O artista de 81 anos estava sendo levado para o hospital da cidade de Lagoa do Itaenga (PE), mas não resistiu. As informações foram divulgadas pela Associação dos Mamulengueiros de Glória do Goitá. O velório foi marcado para às 16h desta quarta (16/6). A prefeita Adriana Paes emite nota de pesar e luto oficial de três dias no município.

Neste mesmo município pernambucano, em Glória do Goitá, conhecida como a capital estadual do mamulengo, nasceu Zé de Vina. Desde a década de 1950, passou a ser um dos mais influentes brincantes nessa arte, tendo levado apresentações da técnica para vários estados do país. Com a morte do mestre, encerrou-se a primeira geração de mamulengueiros que inspirou e disseminou a expressão artística ao longo de mais de 70 anos.

“Zé de Vina deixa um legado gigantesco, tanto para pessoas de Glória [do Goitá] quanto para de vários lugares, até fora do país, que aprenderam com ele. O que mais nos acalma é saber que ele não vai ser esquecido. Essa nova geração vai manter o legado que ele nos passou”, declarou Edjane Ferreira, presidente por 14 anos da Associação dos Mamulengueiros de Glória do Goitá, amiga e brincante aprendiz de Zé, em entrevista ao Diário de Pernambuco.

O Museu do Mamulengo tem feito um projeto em homenagem (a princípio em vida) para o artista, que recebeu, coincidentemente, o nome de 80 anos do Mestre Zé de Vina - o derradeiro ato. O produtor Pablo Dantas, atual presidente da Associação, organizou a mostra com exposições e apresentações dos mamulengos Riso do Povo, alguns dos bonecos mais famosos do artista popular, que agora fazem parte do acervo do Museu.

A primeira parte das iniciativas ocorre até novembro, adaptada ao formato on-line pelo perfil @museudomamulengo, no Instagram. A expectativa é que a segunda parte do projeto possa ser realizada presencialmente até 30 de março de 2022.