Com uma obra que reduz as barreiras entre realidade e ficção, o escritor francês Emmanuel Carrère foi anunciado nesta quarta-feira (9/6) na Espanha como o vencedor do prêmio Princesa das Astúrias das Letras.
O também roteirista e diretor parisiense de 63 anos criou uma "obra personalíssima que gera um novo espaço de expressão que apaga as fronteiras entre a realidade e a ficção", anunciou o júri, que se reuniu de forma virtual pela pandemia de covid-19.
O júri, presidido por Santiago Muñoz Machado, diretor da Real Academia Espanhola, o elogiou como um escritor que faz "um retrato incisivo da sociedade atual e exerceu uma influência notável na literatura de nosso tempo".
Conhecido principalmente por "O Adversário" (2000), um livro que é comparado com frequência a "A Sangue Frio" (1966) do americano Truman Capote, Carrere publicou o primeiro romance, "L’amie du jaguar", em 1983.
Mas foi a partir de "O Adversário", a história real de Jean-Claude Romand, que em 9 de janeiro de 1993 matou a família e tentou cometer suicídio sem sucesso, que passou a desenvolver seu texto de não ficção, no qual mistura a própria experiência com as vidas de pessoais reais.
A vencedora do prêmio de Letras do ano passado foi a canadense Anne Carson.
O prêmio Princesa das Astúrias homenageia pessoas e instituições de diversas áreas, que vão da pesquisa científica aos esportes, passando pela cooperação internacional e as ciências sociais.
O vencedor recebe 50.000 euros e uma escultura criada pelo falecido artista catalão Joan Miró.