Animação

Filme com alunos do Recanto das Emas está na seleção de AnimArte

A expressão periférica do curta-metragem de animação 'Traço', feito no Recanto das Emas, pode ser conferida em seleção de estudantes

Presente na programação da 16 edição do Anim!Arte, na categoria Estudantes Brasileiros Maxi!, o curta brasiliense Traço é um dos 49 títulos que podem ser conferidos (de graça), tanto por estudantes de audiovisual quanto por profissionais da área, num evento, on-line (www.animarte.kinow.tv), estendido até 13 de junho. Há acesso, pago, ainda para o público em geral.

Num universo de 452 filmes, feitos em 60 países, Traço, que fala de saneamento básico e desenvolvimento consciente de preservação ecológica, integra seleção de uma das cinco categorias do evento dedicadas a filmes com teor ambiental e que ainda foram agrupados em seções profissionais.

Otimizar a transmissão de uma mensagem, em uma produção de 1 minuto e 15 segundos, por meio de estratégias visuais deu "leitura clara de conteúdo" ao curta-metragem supervisionado por Fernando Gutiérrez, professor do Instituto Federal de Brasília (campus Recanto das Emas). "A mágica é quando se consegue comunicar, quando você vê nos olhos do espectador que o filme se fez compreender", diz ele, que enfatiza a criação coletiva empregada para o curta Traço, feito ao lado de quatro estudantes.

Traço foi resultado de um AnimaJam, em que houve dedicação ininterrupta dos envolvidos, ao longo de 48 horas. Gutiérrez trabalhou ao lado de Igor Barreto, Otni Masai, Rogério Miranda e
Thainá Ferreira. "Em três anos de existência, o curso do IFB demonstrou que a produção na periferia é riquíssima, a criatividade dos realizadores aflorada, com um frescor e diversidade nas temáticas fica ainda aliada a uma vontade de fazer muito grande. A produção em animação na periferia é um braço de uma rica produção audiovisual. Quando damos vida a um personagem por meio da animação, e o movemos de diferentes formas, esse gesto do personagem, carrega também consigo a experiência e os traços daquele que o anima", comenta o professor.

As camadas complexas de reflexão norteiam muito do fazer dos alunos do IFB. "Desde o roteiro, ao contexto social e político, se formula pensamento crítico. Quando uma voz é calada ou silenciada, a arte se torna uma ferramenta poderosa de expressar sentimentos e ideias comumente abafados pela voz hegemônica. Daí, a arte incomodar. Na periferia, os temas podem falar de vulnerabilidade social, assim como pode ser tratada uma ficção científica em uma Brasília futurista, por exemplo", conclui o diretor Fernando Gutiérrez.