Com artistas de diversas partes do Brasil e com variadas linguagens, a Referência Galeria de Arte abre as portas para uma exposição que celebra 10 novos nomes incorporados ao catálogo do espaço. Boas-vindas é a segunda exposição do ano na Referência, que fechou as portas no dia da inauguração de Cidade paisagem, por causa das medidas restritivas para combater a pandemia. Fechada durante todo o lockdown, a galeria reabriu em meados de abril e, agora, dá sequência à agenda de exposições com uma coletiva marcada por novidades.
A galerista Onice Moraes explica que a incorporação de novos nomes é um processo muito dinâmico. “Temos algumas formas de garimpar novos artistas. A gente acompanha os que estão acontecendo no mercado, nas galerias, nas exposições institucionais, nas feiras. A maioria dos novos artistas foi indicada ou por outros artistas ou por curadores e, de alguma forma, tinha a legitimação de outras pessoas e outros parceiros da galeria”, explica.
A diversidade marca as novas aquisições. Há um pouco de tudo: pintura, fotografia, aquarelas, objetos e esculturas. Rafael Vicente vem do Rio de Janeiro com a série de pinturas Construindo pontes. Atento para a arquitetura e para a paisagem urbana, o artista imprime nas telas uma perspectiva que oscila entre a figuração e a abstração. “É exatamente uma ponte entre a paisagem figurativa e uma paisagem mais contemporânea, que só existe através do meu olhar”, avisa. Natural de Niterói, cidade com tradição de pintura de paisagem ao ar livre, Rafael incorporou a influência da tradição, mas transformou a visão bucólica da paisagem em algo muito pessoal, mais voltado para fragmentos e detalhes.
Pintura também é a linguagem de Veridiana Leite, artista de Ribeirão Preto (SP) formada em Comunicação e que tem como foco a paisagem. A aquarela aparece nos trabalhos de Marcela Campos e Valdson Ramos. Radicado em Anápolis (GO) e premiado no 21º Salão Anapolino de Arte, este último tem o imaginário da religião católica como tema.
O corpo é o alvo das aquarelas de Marcela Campos, fundadora do coletivo de performance TresPe e membro do grupo EmpreZa. A poética da pesquisa relacionada à performance também está nos desenhos de imagens vistas em lâminas de laboratório, criados como se fossem desenhos científicos. A artista olha para o microcosmo da célula como uma metáfora do próprio corpo.
A variedade de linguagens e perspectivas é a marca de Boas-vindas, assim como as origens. Há artistas do Distrito Federal e de Goiás, mas também de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Boas-Vindas
Exposição com obras de Alessandra França, Helena Trindade, Júlio Lapagesse, Marcela Campos, Rafael Vicente, Rodrigo Zeferino, Rogério Nogueira, Sidney Tendler, Valdson Ramos e Veridiana Leite. Visitação até 10 de julho, de segunda a sexta, das 10h às 19h, na Referência Galeria de Arte (CLN 202 Bloco B Loja 11 – Subsolo)