On-line, com acesso gratuito nas plataformas (www.festadocinemaitaliano.com.br e www.looke.com.br), e 10 meses depois do sucesso do ano passado, quando atingiu 154 mil espectadores, a 8 ½ Festa do Cinema Italiano volta ao circuito até 27 de junho.
O propósito segue o da difusão do melhor das produções da atualidade e, em 2021, com o incremento da participação feminina entre os filmes selecionados. Montada com grade a partir das 18h, a programação dos longas fica disponível por 24 horas.
Antigo vencedor do Oscar (pelo longa Mediterrâneo), o diretor Gabriele Salvatores mostra o recente Volare, na programação. Tendo Valerio Golino no elenco, a fita gira em torno de Vincent, jovem que é pessoa com deficiência e não conta com o apoio do pai, bastante ausente.
Com uma mudança de perspectiva, fundada em muita pesquisa e ares de superprodução Rômulo e Remo: o primeiro rei desponta como atração de amanhã. É uma aventura, situada em 753 a.C., que tem por curiosidades ser falada em proto-latim (antecessor até mesmo do latim arcaico) e detalhar o surgimento de Roma.
Terceiro filme da diretora Emma Dante, que foi apresentado no Festival de Veneza, As irmãs Macaluso estará na programação da festa do cinema italiano, na segunda-feira, dando uma dimensão poética para a sensação de permanência que alguns parentes ocasionam, mesmo depois de mortos.
O longa esmiúça rancores que conectam cinco irmãs. Também destacada no cenário italiano, a cineasta Alice Rohrwacher terá uma retrospectiva no evento. Entre os filmes dela a serem mostrados está As maravilhas, que trata da invasão de um reality show em pacata vila da Toscana.
Prestigiado em festivais como Cannes e candidato a prêmios como o David di Donatello, o ator Toni Sevillo encabeça 5 é o número perfeito (de Igor “Igort” Tuveri), atração de terça-feira. Centrada nos anos 1970, em Nápoles, a narrativa traz a perspectiva de uma segunda chance para um homem envolvido com a ação da máfia.
Também na terça, propondo valorizar aspectos artísticos, o cineasta Giorgio Diritti assina A vida solitária de Antonio Ligabue, e que rendeu o Urso de Prata de melhor ator para Elio Germano. Na telona, ele dá vida a um homem que, cercado pelo fascismo, preferiu um confinamento, até ser tocado pelo desenvolvimento das habilidades com a pintura, depois de conhecer um escultor que impulsiona a carreira dele.
Prestígio mundial
Um bom volume de títulos premiados integra a mostra. É o caso de Fábulas sombrias, atração de encerramento da festa (dia 27). Conduzido pelos irmãos Damiano e Fabio D’Inncenzo, o filme que apresenta uma ciranda de fatalidades na vida de suburbanos de Roma foi premiado com o Urso de Prata de melhor roteiro no Festival de Berlim.
O enfoque da trama dos irmãos D’Inncenzo está em aflições infantis. “As crianças do elenco é que nos ensinavam, nos mostravam como podia ser simples fazer e contar a história que queríamos, de forma sincera, cristalina, honesta, inteligente”, conta Fabio D’Inncenzo, em entrevista ao Correio, ao que Damiano completa: “Se as crianças conseguirem resistir e conservar sua dose selvagem, futuramente teremos uma geração que será mais perspicaz e movimentada”.
Fábulas sombrias, como destaca Damiano, expõem uma visão de mundo infantil, ainda distanciada de regras e profunda em instintos e questionamentos. “Adultos, nos tornamos domesticados. Isso é o que quer o Estado, um certo tipo de doutrina religiosa, mas também econômica. Querem que as crianças se tornem adultos o mais rápido possível e, assim, estúpidos o mais rápido possível”, sentencia.
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