No livro MAB - O Museu de Arte de Brasília, a arquiteta e urbanista Maíra Guimarães relembra com detalhes a história do edifício que hoje abriga o MAB. A autora é doutoranda pela UnB em patrimônio e Preservação e, como parte da tese, teve a edição do livro financiada pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF. Desse modo, serão distribuídos 200 exemplares da obra no próprio museu (SHTN Trecho 1 - Brasília, DF), nos dias 12 e 13 de junho (100 no primeiro dia e 100 no segundo). Os interessados podem se dirigir ao local e adquirir o livro gratuitamente, enquanto houver exemplares disponíveis.
Maíra conta que o interesse inicial do estudo era a conversão de edifícios históricos em equipamentos culturais e a discussão em torno das intervenções permitidas ou não nesses espaços. “Esse prédio já sofreu intervenções de todas as formas, foi modificado várias vezes, e traz uma história muito intensa de refuncionalização. Daí o interesse inicial em discutir isso na pesquisa. Só que a história ainda não estava contada e cheguei à conclusão de que seria necessário, primeiro, pesquisar esta história para depois discutir as modificações e qualidade dos projetos”, explica por meio do material de divulgação.
Uma das curiosidades presentes no livro, segundo a autora, é a de que o projeto do edifício é, na verdade, de Abel Carnaúba da Costa Accioli, alagoano residente em Recife(PE), o que desmente as narrativas recorrentes de que este também seria um projeto de Oscar Niemeyer. “Muita gente afirmava que o prédio foi construído para ser o Clube das Forças Armadas, quando, na verdade, era o restaurante do Anexo do Brasília Palace Hotel, um conjunto de quitinetes construído, às pressas, para a inauguração da capital, uma vez que não havia mais vagas no hotel propriamente dito”, conta.
A arquiteta destaca que o prédio só foi efetivamente transformado em sede do clube pouco tempo depois do golpe de 1964. As idas e vindas da construção histórica até tornar-se o Museu de Arte da de Brasília estão amplamente documentadas na publicação de Maíra Guimarães, que em breve estará disponível aos leitores de Brasília.
Ainda por meio do material de divulgação, Marcelo Gonkzarovska, gerente do MAB e da Concha Acústica, destaca que, apesar de ser um museu, um guardião da memória, a história do prédio era desconhecida até então. “Isso é fundamental para que o museu entenda seu próprio percurso, o papel que já exerceu e o que ele pode exercer, ainda, dentro do cenário cultural da cidade junto aos artistas e à população do DF”, avalia Marcelo.
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