Música

Redes sociais ajudam a impulsionar carreira das novas vozes nacionais

O Correio conversou com as novas vozes da música brasileira sobre os desafios sofridos no início da carreira em meio a pandemia

Prisley Zuse*
postado em 08/06/2021 16:53 / atualizado em 08/06/2021 16:53
 (crédito: Lucas Soares)
(crédito: Lucas Soares)

O sonho de uma carreira musical não foi deixado de lado mesmo com eventos proibidos por conta da pandemia da covid-19. O Correio Braziliense conversou com algumas das novas vozes da música brasileira para saber como os artistas utilizam as redes sociais para crescer na música.

Com apenas 18 anos, Lucas Mamede começou a ter contato com a música desde pequeno. “Eu comecei a tocar violão na igreja e depois, teclado. Nunca fiz aula de nenhum instrumento, fui aprendendo na internet e, quando eu estava no terceiro ano, em 2019, estava tocando a música Café, do Vitão, e meu irmão me incentivou a gravar. Postamos no IGTV do Instagram e passou de mil curtidas”, contou Lucas.

Publicar os vídeos nas redes sociais foi o caminho encontrado pelos irmãos para divulgar os covers de Lucas. O que antes era um sonho apenas para Lucas se tornou um projeto da família. “Eu trabalhava com uniformes militares, mas sempre gostei da área do audiovisual. Depois que o Lucas fez o Enem, começamos a fazer algo mais sério, postar com mais frequência, estudar, pesquisar e tentar trabalhar da forma mais profissional desde o início. E estamos tendo resultados”, completou João.

Com quase 90 mil seguidores no Instagram, os irmãos contam que o crescimento na rede social foi natural. “Nunca pagamos nada de publicidade, o crescimento foi totalmente orgânico. Sempre prezamos pela qualidade dos vídeos e por fazer as coisas bem feitas e com muito carinho, independente do número de seguidores. Ficamos muito felizes com o feedback e com todo o reconhecimento que estou ganhando”, comentou o irmão.

Lucas cursa Administração na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), porém comentou que “quando as coisas voltarem ao normal e minha carreira decolar, vou focar na música, pois é meu primeiro plano.”

Na próxima sexta-feira (11/5), o jovem pernambucano irá lançar a música Conto os dias em todas as plataformas digitais. O trabalho faz parte do seu primeiro projeto autoral. A primeira música do EP, João e Maria, está disponível nas plataformas digitais.

A brasiliense Nicole Katibe, 24 anos, começou a cantar por incentivo dos amigos e do professor de violão. O que antes era apenas um hobbie hoje tornou-se um sonho para a nutricionista, que se divide entre atendimentos e a carreira musical.

“Comecei a tocar violão aos 15 anos porque queria muito poder tocar músicas numa roda de amigos. O meu professor de violão da época sempre me encorajava a cantar pois via um grande potencial na minha voz, mas levou uns dois anos até eu começar a cantar e criar coragem para postar vídeos no YouTube. Quando menos esperava, a Déia e o Attie (meus empresários) me descobriram e vieram falar do interesse deles em me auxiliar a agenciar a minha carreira musical! Tenho vivido um sonho desde então!”, completou Nicole.

A brasiliense, que conta com mais de 11 mil seguidores no Instagram, comentou o quanto a rede social ajudou a divulgar seu trabalho. “As redes sociais nos aproximam um do outro com muita rapidez, então, se eu posto algo no reels e cai nas virais, alguém do outro lado do mundo pode estar assistindo! Acho isso incrível demais!”

Atualmente, Nicole tem duas músicas lançadas em parceria com outros artistas: Pick flowers, com Samhara, e Hallucination, recentemente lançada em colaboração com Lari Hi. A artista também está trabalhando em músicas autorais.

O sonho que motiva muitos artistas foi o que deu forças para Bárbara Rangel, mais conhecida como Babie, 25 anos. Formada em administração e atualmente empresária no ramo esportivo, Babie tem a música inserida no cotidiano em todos os momentos. “Percebi que eu conseguiria e queria levar a música comigo onde quer que eu fosse. Então, em todas as festas, sociais, recreio da escola, festa de família etc eu levava meu violão e fazia a bagunça”.

A carioca contou que toca violão desde os 7 anos e começou a cantar depois de fazer uma homenagem aos pais nos seus 15 anos. “Ao perguntarem sobre o texto que eu escreveria pros meus pais, eu disse que não seria texto e sim uma música. Dali em diante, descobri que, além do violão, eu também queria usar minha voz. Tempos depois, cantando pros amigos e família, tomei coragem e postei meu primeiro vídeo na internet. Pouco depois, uma amiga me disse que meu vídeo estava com muitas visualizações, e a partir daí eu resolvi que queria seguir esse caminho”, completou Babie.

A carioca recentemente participou de uma campanha da Salon Line em parceria com o Spotify, que apoia artistas independentes. Após participar da seleção, a cantora foi escolhida, assim como outros artistas brasileiros, e gravou a música autoral Não fala pra ninguém em um estúdio.

“A Salon Line foi um divisor de águas para mim, porque ela veio no momento que eu estava prestes a desanimar. Quando postei a #, não esperava ser notada devido à grande quantidade de pessoas postando. Mas ainda bem que notaram, e sou muito, muito grata a eles por isso. Graças a esse projeto, hoje eu estou mais focada que nunca!”, afirmou.

Para Babie, fazer música é "conseguir passar bons sentimentos pras pessoas ao escutarem minha voz ou minha música, transformar e melhorar o dia de alguém e fazer com que muitas pessoas vejam meu trabalho e se identifiquem, para tornar esse sonho real”.

 

  • Lucas Mamede
    Lucas Soares
  • Bárbara Rangel
    Bárbara Rangel @luizaleitao
  • Nicole Katibe
    Nicole Katibe Renato Mori


*estagiária sob supervisão de

 

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