O sambista Nelson Sargento morreu nesta quinta-feira 927/5), aos 96 anos, no Rio de Janeiro. Presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira e compositor de clássicos do samba, Nelson estava internado desde 20 de maio com covid-19, no Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro. O sambista havia sido vacinado com as duas doses da vacina contra a doença, mas não resistiu às complicações. Ele deixa esposa e nove filhos.
A confirmação da morte foi dada pelo próprio INCA, em nota divulgada há pouco. "Nelson Mattos deu entrada no hospital, no último dia 20, com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral. Ao chegar na unidade, foi realizado o teste de covid-19, que apontou positivo", diz a nota. "Apesar de todos os esforços terapêuticos utilizados, o óbito ocorreu às 10h45, dessa sexta-feira (27/5)".
Nelson Sargento entrou para a galeria de grandes nomes do samba com o disco Sonho de um sambista (1979), em que está o clássico O samba agoniza, mas não morre. Cântico à natureza, parceria com Jamelão e Falso amor sincero são outros sucessos do mestre.
O samba encontrou Nelson muito cedo, ainda na infância passada no Rio de Janeiro. Aos 12 anos. o menino já era querido na Mangueira, escola de samba da qual defendeu as cores até a morte. Nelson era considerado um dos baluartes da agremiação, da qual fazia parte da velha guarda e da ala dos compositores. Em 2019 e 2020, brilhou na avenida, nos enredos Zumbi dos Palmares e José, carpinteiro e pai de Jesus Cristo.
Nos anos 1960 e 1970, Nelson Sargento firmou parcerias importantes, com nomes como Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho e Zé Keti; e foi gravado por vozes como Dona Ivone Lara, Elza Soares e Beth Carvalho.
Em 2005, Nelson Sargento enfrentou um câncer de próstata, tratado no INCA, mesmo hospital onde morreu.