Cultura

Mário Frias anda armado pela Secretaria Especial da Cultura

Servidores e terceirizados relatam assédio moral e institucional. Mário Frias solicitou porte de arma em dezembro de 2020

O ator e atual secretário especial da Cultura, Mário Frias, anda armado dentro da secretaria, causando desconforto entre servidores e terceirizados. As informações foram divulgadas pela Folha de S. Paulo.

Segundo fontes que preferem não ser identificadas, o secretário anda pelo ambiente de trabalho e despacha demandas com a arma visível na cintura. O objeto gera mal-estar, principalmente porque o clima dentro da Secretaria é de tensão, com relato de gritos e ofensas dirigidos a subordinados.

Segundo o site da Polícia Federal, o secretário possui uma pistola Taurus de calibre 9mm, registrada em seu nome desde de dezembro de 2020. De acordo com as regras de porte de armas, todo cidadão civil precisa ter um documento de porte e deve circular com a arma de fogo de forma discreta, o que não ocorre segundo fontes anônimas.

O receio por integridade física foi a justificativa de Frias ao fazer o pedido de porte de arma, concedido no dia 10 de dezembro e válido por 5 anos em todo território nacional.

Nas redes sociais, Frias já postou fotos com armas. Em uma das ocasiões, o secretário aparece ao lado do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, em visita ao Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Brasília.

 


Servidores que trabalham diretamente com o secretário afirmam perseguições e boicotes, além de haver relatos de processos administrativos e retaliações internas.

Segundo o Relatório sobre assédio institucional nas instituições do executivo federal ligadas à pasta da Cultura, apresentado em março durante um encontro pela Associação de Servidores do Ministério da Cultura (AsminC), entidades ligadas a secretaria como Funarte, a Casa de Rui Barbosa, a Fundação Palmares e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) também estão alegando assédio institucional.

Mesmo com diretórios independentes, as instituições alegam que a troca de nomes em cargos estratégicos prejudica a continuidade do trabalho.