Entre os músicos que saíram de Brasília, no início da década passada, e se instalaram no Rio de Janeiro, Gabriel Grossi é um dos mais produtivos. Com agenda recheada de shows, participação constante em festivais no Brasil e fora do país, ele, em 22 anos de carreira, lançou 12 CDs. O mais recente é o Re Disc Cover, no qual faz releituras de clássicos do pop rock internacional.
Só Isn’t she lovely, de Stevie Wonder, antecedeu o álbum, com oito faixas, que chega às plataformas digitais este mês. A escolha da faixa, que abre o set list não foi à toa. O gaitista sempre foi admirador da obra do cantor e compositor norte-americano, a quem aplaudiu durante apresentação de Stevie no Rock in Rio de 2011. “Foi uma emoção muito grande quando ele iniciou a apresentação, interpretando uma de suas canções mais icônicas na harmônica. Isn’t she lovely é dedicada a Aisha, sua filha, que estava no palco, tocando teclado”, ressalta.
Grossi acrescenta que aquela cena o fez “pensar mais sobre o que é o amor de um pai para com a filha e vice-versa. Oito anos depois virei pai. Fui abençoado duplamente com o nascimento de Catarina e Teresa, minhas filhas gêmeas. A foto, estilo rock’n’roll da Teresa tornou-se capa do single, mas a homenagem é para as duas, para todos pais e filhos, para os amantes da harmônica e para Stevie Wonder, esse gênio da música universal”.
No álbum, Gabriel Grossi tem a companhia de instrumentistas, com os quais costuma tocar em show e disco: Michael Pipoquinha (baixo), Sérgio Machado (bateria) e Eduardo Farias (piano e teclados), responsável também pelos arranjos e produção musical e responsável, ao lado do gaitista pela direção do projeto.
Para a construção do Re Disc Cover foram selecionadas, além de Isn’t she lovely, Smells like teen spirit (Nirvana), Wonderwall (Oasis), Ben (Michael Jackson), Message in a botlle (The Police), Here, there and every (Beatles), Another one bites the dust (Queen) e Redemption song (Steve Wonder). Na visão de Grossi essas versões instrumentais trazem um olhar contemporâneo para canções marcantes das décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990.
» Duas perguntas// Gabriel Grossi
Sua ligação com o pop rock vem de quando?
Acho que desde sempre (risos). A partir do momento em que comecei a decidir o que ia ouvir e a construir uma personalidade musical, me lembro de optar por esses gêneros musicais. Sou de Brasília, cidade de alma rock/instrumental. Sinto que aproveitei e captei algumas das melhores coisas da rica atmosfera musical do planalto.
Qual foi o critério para a escolha das músicas do Re Disc Cover?
São músicas que marcaram minha vida. Composições que se tornaram atemporais e que nunca saíram da minha cabeça. Enxergo e ouço elas além de uma delimitação de um gênero. São músicas que rompem esses estilos e paradigmas mas que ao mesmo tempo ajudaram a construir essas vertentes.
Re Disc Cover
CD de Gabriel Grossi com releituras de clássicos do pop rock internacional. Lançamento da gravadora Audio Porto nas plataformas digitais.