Internada desde 15 de abril, morreu neste sábado (15/5), a atriz Eva Wilma, aos 87 anos. A “dama do teatro brasileiro” estava internada no Hospital Israelista Albert Einstein, em São Paulo. A causa da morte foi um câncer no ovário que se espalhou pelo corpo de Eva e causou uma insuficiência respiratória. A morte foi confirmada pela assessoria da atriz ao jornal carioca Extra. A morte foi declarada às 22h08.
A atriz tinha dado entrada no hospital para o "tratamento para problemas cardíacos e renais". Em 8 de maio, um boletim atualizou o estado de Eva para o diagnóstico de câncer de ovário. Pelo Instagram, na época internação, a atriz compartilhou uma foto estudando para o filme As aparecidas (que teve as gravações interrompidas por conta da pandemia). Otimista, a atriz demonstrou fé na recuperação: "Esta foto é de ontem, na UTI do Einstein, necessária por conta de intervenção não invasiva, para sua segurança e conforto. Ensaiando para gravar um 'off' para o filme 'As Aparecidas', cujas filmagens foram interrompidas por conta do momento. Foi gravado ali mesmo e depois finalizaremos em estúdio. Quem tem a arte na veia sabe que “o show tem que continuar” [...]. Eva sempre lúcida. Sairá melhor. Está muito bem cuidada pelo seu cardiologista Cláudio Cirenza. Agradecemos as orações, e que se estendam para todo nosso povo. Em breve estaremos juntos, com muito amor e fé".
Carreira
Nascida em São Paulo em 1933, Eva Wilma Riefle Buckup Zarattini foi filha de um metalúrgico alemão e portenha judia. Nas artes, a mulher começou em bicos como figurante em peças de teatro, em paralelo com o amor pela dança como bailarina clássica ainda na década de 1950. Ano passado, Eva celebrou 70 anos de carreira.
A atriz, entretanto, brilhou nacionalmente com a carreira na TV. A estreia foi em 1953, no seriado Namorados de São Paulo (que depois foi transformada na conhecida Alô, doçura). A precursora dos sitcons brasileiros. Feita ao vivo, a série da extinta TV Tupi foi um dos primeiros grandes sucessos de Eva. “Tudo era muito artesanal. A gente ensaiava e combinava tudo antes. Chegava ao fim da tarde e era ‘vamos ao ar, salve-se quem puder’”, contou Eva ao jornal O Globo.
Com o passar dos anos, os trabalhos da mulher se solidificaram na TV Globo. Na década de 1970 e 1980, a mulher esteve à frente de grandes fenômenos de audiência, como na pele de Ruth e Raquel (na primeira versão de Mulheres de areia) e em outros papéis em A viagem, O direito de nascer e Selva de pedra.
Engajada politicamente, Eva falou de forma pública contra a ditadura militar — a atriz foi uma das participantes da Marcha dos Cem Mil em 1968. Em 2014, a atriz esteve na novela Fina estampa — recentemente reprisada em horário nobre. O último trabalho da atriz na TV foi na novela O tempo não para, em 2019. Azul resplendor foi o último trabalho no teatro, em 2014.
Ainda ano passado, produzindo em plena pandemia, Eva apresentou — de dentro de casa — Eva, a live, transmitida em seu canal no YouTube.
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