Depoimentos

Correio Braziliense
postado em 16/05/2021 06:00 / atualizado em 17/05/2021 14:00

“Falar de Aldir Blanc é falar de uma força da natureza, com aquilo que nos diferencia, nos diviniza: a arte, uma cultura imensa, uma sabedoria. Era um homem inquieto, uma alma em ebulição. E mostrava isso com uma poesia poderosa, uma originalidade acachapante. Era capaz de rir de suas próprias fraquezas e falava do país com uma imensa força política, sempre apontando as mazelas desse Brasil tão doido. Um profundo observador do ser humano.São muitas as faces da obra desse gênio”
Augusto Martins

 

“Aldir tinha um estilo muito particular. Inicialmente influenciado por Vinicius de Moraes, assim como Chico Buarque e Paulo César Pinheiro, ele passou a escrever letras lindas e líricas, que se adequavam às melodias de cada parceiro, mesmo quando abordava questões mais complexas, temáticas sociais, com sua afiada visão crítica. Juntos, compomos mais perto de 50 músicas, várias delas ainda inéditas. Nos últimos anos, falávamos só por telefone, pois ele vivia muito recluso, em seu universo particular, recheado de livros. Gostei bastante da interpretação de Augusto Martins e do meu amigo Paulo Malaguti para Odalisca, canção que gravei com o Quarteto Carlos Gomes”
Guinga


“Via Aldir como o Noel Rosa de nossa geração. Era impressionante o profundo conhecimento que ele tinha do subúrbio do Rio de Janeiro, sobre o qual escrevia com muita propriedade, quase sempre com um olhar crítico. Por alguns anos moramos no mesmo prédio na Tijuca, o que contribuiu para que a nossa amizade se fortalecesse. Fizemos mais de 100 músicas. Duas delas, agora, ganharam novas e belas gravações de Augusto Martins e Paulinho Malaguti, em duo de voz e piano. Aldir era uma pessoa simples, mas de imensa grandeza para a música popular brasileira”
Moacyr Luz

 

“Sempre fui amiga de Aldir e da Mary, a mulher dele. Altos e baixos é uma canção que considero importante em minha obra. O Aldir estava doente e fui à Tijuca visitá-lo. Eu havia acabado uma relação estava muito triste. Ele percebeu isso e me entregou uma letra que tinha tudo a ver com o que eu estava sentindo naquele momento. Assim que cheguei em casa fui para o piano e criei uma melodia a partir da letra. A versão de voz e piano para Altos e baixos, de Augusto Martins e Paulo Malaguti, é bem interessante”
Sueli Costa

 

4 de maio de 2020
Data em que Aldir Blanc faleceu

 

 

 

 

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